segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Anunciação












PRIMEIRO seguiu o alvo.iria encontrá-lo no cheiro que exalava e nas sonoridades conhecidas pela saudade de um desconhecido sentimento.

o ENCONTRO.segurou a respiração, mirou, flexionou os braços alinhando em direção ao alvo.e foi tanta a força daquele sentimento que tentou aprisionar o instante.

INÚTIL.o instante tinha urgência. esperava, desejava o próximo acontecimento.e na ânsia de viver o que sentia correu resoluto até o alvo. e finalmente, zás! atingiu.

o ALVO, pego de surpresa, deu um giro de 360º. uma zonzeira deliciosa! era a primeira vez.deliciou-se.assustou-se.encantou-se.e, por fim, aprisionou-se.queria morar ali.”ser” ali.mas o sentimento era inquieto, mutante, intenso.sempre intenso.

o SENTIMENTO ria sarcástico.mais um alvo.mais um prisioneiro.um dia ele iria conquistar o mundo!e então o mundo seria perfeito: passional, louco,instintivo.num dia seria azul.no outro verde, laranja, rosa.e seus seguidores manteriam-se fiéis.

PARA SEMPRE.


terça-feira, 8 de julho de 2008

Cinema Mudo









quarta-feira, 2 de julho de 2008

Arteiros

Eram cantos de encantos em forma de cor,

brincadeiras, risos e palavras.


Um dia resolveram juntar-se num único canto.

E contaram estórias de “era uma vez”,

e deram “gosto à palavra”,

e cantaram a voz e o violão.


Inocentes, viveram juntos a alegria da virginal primeira vez.

À luz incerta das velas, porque a timidez os cercava.

Encarando folhas de papel e a platéia interessada,

tomaram coragem em goles e hoje, destemidos, retornaram.


Artistas, arteiros, lúdicos e lunáticos,

ESTAMOS AQUI OU NÃO?



Em homenagem aos artistas, arteiros, lúdicos e lunáticos que participam do nosso delicioooooso sarau (pra dar inveja nos que teimam em não participar...)

Queria ser escritora

Queria ser escritora.

Escrever uma história compriiiiida dessas que não tem fim. E se tiver um fim, que seja final feliz. Como a história de Santiago, que correu o mundo porque queria saber como eram las colores do pôr-do-sol em todos os hemisférios.

E de Rita de Cássia: dona de casa, mãe de três filhos, casada com o Frades (que de frade, padre ou santo não tem nada).

Rita (de Cássia) vai a igreja aos domingos e nas horas vagas, e escondida de todos, fuma, veste-se de preto e finge ser uma roqueira encrenqueira, que tem problemas com drogas e algumas passagens pela polícia.
Na igreja reza com um olho no marido e outro no padre: um francês libidinoso que transpira sedução e a faz tremer com seu au nom du père, du fils et du Saint-Esprit,



Amémmmmmm (foi bom pra você?)!




E a história do doce casal de velhinhos que um dia encontraram um tesouro em seu quintal, abriram uma multinacional e hoje exploram trabalhadores chineses tomando aos poucos o fluído vital de seus corpos.

Triplicaram a fortuna do jardim criando um império, mas são famosos pelo instituto que salva tubarões fidalgo.


Eu queria ser escritora e não salvar o mundo de nada nem de ninguém.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Sem título...(Era pra ser "Os Menores Contos do Blog", mas esse nome precisa mudar...)

É, o nome "Os Menores Contos do Blog" deve ser modificado. As participações tornaram-se dinâmicas e o título acaba limitado...temos de tudo: poesias, cordel, pequenos e grandes textos. Por isso estou à procura de outro título (sou péssima nisso). Por enquanto a seção está órfã. Assim que um raio cair sobre minha cabeça e um lindo título aparecer piscando em néon e letras garrafais, eu modifico.

Agora sim, o post:

Participações mais que especiais fazem com que o blog continue vibrando. Dentre os colaboradores, uma leitora fiel, Leila Saads é uma talentosa poetisa. Faço agora algo que deviar ter feito há muito tempo. Leila também tem um blog. O dela, de poesia.
Visitem: biprisma.blogspot.com

Para relembrar, o poeminha da Leila na primeira edição dos "Menores Contos do Blog":

Num dia triste
Cem contos
Eu conto

Num dia feliz
Sem contos
Eu canto

Leila Saads


Outra participação que eu aguardava é a da colega Dag. Ela escreve cordel, que eu amo de paixão. Finalmente tenho no blog sua talentosa intervenção:


O Distrito Federal por Dagmar Machado.


Distrito Federal Postal


Brasília arquitetura e beleza
Também é poder e pobreza.
Brasília guarda segredos,
Por trás de tanta nobreza.
Rodoviária é ponto de encontro
Ponto de ônibus, ponto de tráfico.
Concentração de pessoas
De todos os tipos de todas as raças
Pessoas de garra...
De rostos expostos,
De corpos cansados
Suados, surrados.
Exaustos, exaustos de só trabalhar...

É bonita essa Brasília
Mas é só de se olhar
Pois aqui também tem fome
Tem tristeza no olhar...
Quando vejo esse menino
No meu vidro a mendigar...

Olho em volta é só beleza
Tem o céu pra consolar
E em volta os ministérios
Suas áreas pra arrumar
E o Brasil ta precisando
De uma rede pra deitar...

Sigo rindo e me admiro
Com a beleza do lugar
É pequena e bonitinha
É a querida Igrejinha!
Mas de repente o que é isso?
Uma família a descansar
Bem na porta da Igrejinha
A procura de um abrigo
Sem rodeio e ladainhas
Resolveram se encostar
Escolheram a Igrejinha
Que é bonita, e popular.

E fico aqui me perguntando
Onde andam conversando
Os governantes do lugar?
Que o povo não tá bem
Nem tem casa pra morar
Os ricos ficando ricos
E os pobres a lutar
Por um pouco de justiça
Neste tão belo Lugar.

Brasília tem belezas
Tem riquezas pra mostrar
Mas não mostra a verdade
A pobreza a devastar
Essa gente tão guerreira
Que ajudou a levantar
Essa tão linda cidade
Que é arte popular
Onde Oscar botou o dedo
E fez tudo se enfeitar
Para ser a Capital
O Distrito Federal
Fez-se um cartão postal.

domingo, 13 de abril de 2008

Os menores contos do blog - 7° Parte

Na 7° parte de "Os menores contos do blog" duas participações especialíssimas.

Alan Nielsen retorna, em texto e imagem, numa sensível percepção dos sonhos.

Bianka Sousa finalmente nos dá o ar de sua graça cheia de esperança no amor.


Obrigada Alan, pelo sonho.

Obrigada Bianka, pela esperança.




SONHOS……………






Nos movimentos ,deslocamentos entre pensamentos,
Existem vãos e bolhas que flutuam ,
Leves .e. intactas , suportando e
carregando nossas ordens ,
premissas mentais, premissas básicas,
ora desgovernadas ora manipuladas,
sequelas de sorrisos e choros , recentes ou esquecidos ja,
criando terremotos ,abalos sísmicos internos,
onde sonhos carregam pensamentos,
sonhos sobrevivem a pensamentos,
sonhos transformam pensamentos ,
encontrando um equilíbrio proprio,
nos sítios,recônditos mais íntimos do nosso ser,
onde pensamentos se alimentam dos sonhos...





Porto Seguro

Eu queria um porto seguro onde eu poderia chegar e deitar sossegada sentindo que ali estava em casa, que ali estava cuidada.
Eu queria um porto seguro que me entendesse sem me questionar tanto, que não me julgasse pelas minhas fraquezas.
Eu queria que esse porto me acolhesse tal qual mãe quando protege com um cobertor, do frio, o filho amado.
E lá eu me sentiria em paz
E nesse porto a lealdade e o respeito fariam festa por serem personagens protagonistas e não meros coadjuvantes ou vilões. Onde as mulheres podem ser muito mais do que são, onde os homens são vistos com mais valor. E ali caminham lado a lado sem nada impor. Sem medir diferenças ou procurar superioridades que não existem. Pois eles sabem ver grandeza e reconhecer o que é nato um no outro.
Eu queria um porto onde eu pudesse conversar abertamente sem medo de me expressar e alguém achar graça ou fazer pouco dos meus sonhos ou do que acredito.
Eu queria um porto onde eu pudesse chorar baixinho ou bem alto até dormir só pra lavar a alma.
E nesse porto a água é mais clara e mais forte e ao mesmo tempo tão em paz no seu vai e vem. O sol brilha de um jeito mais intenso e carinhosamente quase te abraça pela manhã.
E lá eu me sentiria alegre
Eu queria um porto, que me entendesse, me escutasse com atenção. Que não fosse cheio de verdades inquestionáveis. Ou que simplesmente respeitasse a minha opinião.
Esse porto não precisa ser grande, não precisa ser lugar, não precisa ter rumo nem rota. Podia ser alguém, podia ser um ou dois, podia ser você e eu.
E lá eu me sentiria mais feliz

Bianka de Sousa Barbosa terça-feira 8 de abril de 2008 – 11h22

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Os menores contos do blog - 6º parte

É uma honra receber esse texto no blog da Orieta!

Os cinco sentidos do verde por Jessica Rippel:



Verde, quero ver-te


O verde remete à vida. É possível senti-lo pisando na grama, no cheiro da chuva, na textura das folhas. Seu sabor pode ser de banana que ainda não amadureceu ou refrescante como pasta de dente. Pode-se encontrar a sua definição mais cítrica ao morder um gominho de limão. Azedo, mas que se teima em colocar na boca para explorar aquela sensação tão diferente, que provoca a salivação.
Os brilhantes mares do nordeste expressam o verde violento, estourando em grandes ondas que se findam brancas. Contraste absoluto com a oliva tonalidade que balança suavemente nas folhas de uma árvore amazônica. Fogos de artifício estouram em profusão em uma energia carregada da mais verde esperança em um reveillón.
O som do verde provém de pequeninos grilos e sapos coaxantes numa fazenda no interior, que ficam à vontade naquele ar serenoso, molhado e gelado o suficiente para lhe fazer arrepiar. Seu cheiro é o de terra molhada, de folhas apodrecendo ou de polpa de kiwi, dependendo da tonalidade que se enxerga.
Shakespeare disse que o ciúme é um monstro de olhos verdes, mas a inveja o é de corpo inteiro. Dessa cor se veste também a sorte, com seus trevos de quatro folhas e seus passarinhos em um dia encantado.
A cor é símbolo do nosso país e é a que tem maior destaque na nossa bandeira. Nossas florestas tropicais são o maior exemplo da diversidade de vida, sensações e impressões que pode se oferecer.
O verde vibra na saúde das saladas, no poder curativo das ervas, na leveza de uma brisa, na magia de seres místicos, mas também na umidade dos musgos, na podridão das biles, no mofo dos fungos, na corrupção do dinheiro e nas ânsias de vômitos.
O verde é o siga, a passagem livre para os carros e para uma vida ecologicamente correta.

domingo, 30 de março de 2008

Os menores contos do blog - 5º parte

Farelo Martinez indicou o próximo mini conto.
É assim: você lê algo que gostou;
você gosta do blog da Orieta;
você faz a conexão!

Êita internet boa da peste!

Sem mais delongas, o conto:

"Um parágrafo de revolta"

As pessoas somem, outras aparecem. É assim o ciclo da vida... Liberdades vetadas, emoções desiquilibradas e sonhos incubidos. A prisão do capitalismo... A ignorância dos egoístas se une à sorte dos que conseguem se libertar. Doenças neuróticas se alastram. Alienação massiva e dominante prevalece trazendo dores e inconformação. A felicidade torna-se relativa e a dependência, necessária. O homem desconhece a si mesmo; o mundo gira em torno da posse... Uma crise existencial devora o homem moderno. Com seus vícios e fobias, busca a fé, palavra de salvação. Nada na vida é eterno, o que se vê é desordem e ingratidão.
(Paragráfo de Revolta)

Nicole Andrade

sábado, 22 de março de 2008

Os menores contos do blog - 4º parte

Ahhhh, a magia da internet...

Declev reviveu os "menores contos do blog".
Quem é Declev?
Declev é inquieto. Tem dois blogs (estão indicados abaixo).
E é curioso. Senão, como Declev teria encontrado Orieta?

Valeu, Declev!

Agora, o conto de Declev:

O casal parou em frente à loja de perfumes; uma vendedora estendeu o pé, e lhes entregou uma fita com o odor de um perfume. A mulher do casal olhou-a com a boca - aberta -, agradeceu pelo nariz e levou a fita ao ouvido para melhor sentir o cheiro. Ela disse que gostou, mas não iria levar porque estava sem dinheiro. A vendedora, boa vendedora por sinal, insistiu e disse: “leve, faço questão, pode deixar que eu pago”. O casal entrou na loja, à espera de novos clientes, e a vendedora foi embora, feliz da vida, carregando o perfume que acabara de vender.

http://hebdomadario.com/2007/10/24/cumequie/
http://hebdomadario.com/
http://diariodoprofessor.com/