quarta-feira, 2 de julho de 2008

Queria ser escritora

Queria ser escritora.

Escrever uma história compriiiiida dessas que não tem fim. E se tiver um fim, que seja final feliz. Como a história de Santiago, que correu o mundo porque queria saber como eram las colores do pôr-do-sol em todos os hemisférios.

E de Rita de Cássia: dona de casa, mãe de três filhos, casada com o Frades (que de frade, padre ou santo não tem nada).

Rita (de Cássia) vai a igreja aos domingos e nas horas vagas, e escondida de todos, fuma, veste-se de preto e finge ser uma roqueira encrenqueira, que tem problemas com drogas e algumas passagens pela polícia.
Na igreja reza com um olho no marido e outro no padre: um francês libidinoso que transpira sedução e a faz tremer com seu au nom du père, du fils et du Saint-Esprit,



Amémmmmmm (foi bom pra você?)!




E a história do doce casal de velhinhos que um dia encontraram um tesouro em seu quintal, abriram uma multinacional e hoje exploram trabalhadores chineses tomando aos poucos o fluído vital de seus corpos.

Triplicaram a fortuna do jardim criando um império, mas são famosos pelo instituto que salva tubarões fidalgo.


Eu queria ser escritora e não salvar o mundo de nada nem de ninguém.

Um comentário:

Anônimo disse...

Deixemos o mundo rolar universo abaixo (rolar? abaixo?). Voce pode fazer o que quiser com a suas palavras, Orieta, inclusive salvar alguem - voce sempre se depara com essa responsabilidade, cedo ou tarde.

Beijos,

Farelo Martinez
sociologiaindependente