tag:blogger.com,1999:blog-45940353439082811802024-03-13T09:36:12.941-03:00Sonhos de OrietaSonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.comBlogger38125tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-45527956578317093172017-11-09T10:23:00.000-02:002017-11-09T10:23:41.474-02:00Alma<div align="justify">
<span style="font-size: 85%;"><em>"-- E a sua alma? Onde acha que ela foi parar? -- Deve andar vagando pela terra como tantas outras; buscando vivos que rezem por ela. Talvez me odeie pelo mau-trato que dei a ela; mas isso já não me preocupa. Descansei do vício de seus remorsos. (...) Quando me sentei para morrer, ela rogou que eu me levantasse e que continuasse arrastando a vida, como se esperasse ainda por algum milagre que me limpasse de culpas. Nem tentei. "Aqui o caminho se acaba" disse para ela. "Não me restam forças para mais." E abri a boca para que minha alma fosse embora. E ela foi. Senti quando caiu em minhas mãos o fiozinho de sangue com que estava amarrada ao meu coração."<br /></em>"Pedro Páramo", Juan Rulfo</span><br />
<br />
Todos os dias em algum momento ela vem me visitar. E quando sinto o vento que ela traz consigo, ou será o vento a traz, enfim, quando sinto o vento, logo cabeça e coração começam a brigar. Órgãos mimados conscientes da própria onipotência cobram pelo controle da minha alma. E ela se deixa levar, ora por um, ora por outro. Faz intrigas entre eles, encanta-os de modo que eles não se percebem aprisionados. E se enfim é ela quem está no controle, se ela os venceu, ficamos todos, cabeça, coração e eu, encantados pela sua coragem. E então a festa começa e ela dança, dança sem parar e ficamos bêbedos em seus rodopios incessantes. E se por ventura, meu coração se encanta pelo impossível ela corre a distrair minha cabeça. E quando acordo, com a garganta seca e as pernas fracas pra me levantar, já é tarde. Meu corpo sente suas cócegas de despedida e ainda vejo pela janela seu sorriso divertido. E me levanto, e escovo os dentes, me curando de sua ressaca, e me preparo pra briga que vai recomeçar...<br />
<br />
Orieta Valentim</div>
Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-82972646726252913952014-04-02T08:58:00.000-03:002014-05-15T14:41:41.589-03:00Doze Cores<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">De volta para homenagear Clarice, minha filha, minha paixão...</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-39SJv8lXPGM/U3T8QeuhYYI/AAAAAAAACLE/WVUGW---ckw/s1600/DOZE+CORES+blog.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-39SJv8lXPGM/U3T8QeuhYYI/AAAAAAAACLE/WVUGW---ckw/s1600/DOZE+CORES+blog.png" /></a></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-90605986343291802452012-08-22T10:05:00.002-03:002012-08-22T10:05:32.502-03:00O Duelo<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-W45Tcsg73hA/UDTZEZumO7I/AAAAAAAAB_A/A9NjqqMSmVQ/s1600/cordabamba.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-W45Tcsg73hA/UDTZEZumO7I/AAAAAAAAB_A/A9NjqqMSmVQ/s320/cordabamba.jpg" width="299" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O DUELO</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ela andava na rua. Ordinária, casual. Ao lado, o homem e a
criança.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O homem bonito, franco, com braços de proteção. A criança
sonora, criando coreografias pueris.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E ela se fez invisível. Silenciosa alcançou o último andar.
O homem e a criança não estavam prevenidos pra essa altura toda. Continuaram
alguns passos ainda confiantes.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Os gritos dos passantes é que os alertaram.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ela alcançou o último andar atraída pela corda bamba. Do
último andar, não era possível sentir o abraço do homem nem os sons alegres da
criança. No último andar os vínculos não a alcançavam.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ela esperou até se certificar de que o homem e a criança
estavam seguros. Ouviu os sons da altura. Lá não a alcançavam os sons seguros
do passo a passo na calçada. Ela estava segura de que nada mais seria capaz de
a alcançar.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Agora eram só ela e seu medo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ela avistou a corda bamba. A corda balançava, ameaçava
tentando alertar sobre o risco. Ela estava com o medo dela, acompanhando,
chamando pra corda bamba. O medo dela e a corda bamba duelaram por alguns
instantes. O medo dela não era o medo da corda bamba. Era o medo dos sons
seguros dos passos na calçada.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A corda bamba tentava apavorar não a moça, mas o insistente
medo dela.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O pé da moça deu o primeiro passo e daí ela sentiu vibrar na
corda o pavor.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ela procurou pelo homem e a criança na calçada, mas não os
avistou. A corda vibrou ainda mais balançando o pavor que prevenia.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ela enfim, sentiu medo da corda.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O homem enfim, alcançou o último andar.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E os sons alegres da criança, enfim foram mais altos que os
sons da altura, da rua e do medo dela...</span></div>
Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-79017742850698862182011-08-26T09:21:00.002-03:002011-08-26T09:26:26.572-03:00Campanha “AJUDE UMA ESCRITORA ESTREANTE A ESTREAR!"<div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/-w0CpGPqNaL0/TleQFxR1vWI/AAAAAAAAB-8/DQ37j9nIO70/s1600/capa%2Blivro.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 286px; height: 400px;" src="http://2.bp.blogspot.com/-w0CpGPqNaL0/TleQFxR1vWI/AAAAAAAAB-8/DQ37j9nIO70/s400/capa%2Blivro.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5645139086734114146" border="0" /></a><span style="font-family: verdana;">Pois é pessoal, dia 13 passado foi o lançamento do meu primeiro livro.</span>
<br />
<br /><span style="font-family: verdana;">Uma lindeza de lançamento! Teve leitura dramática (Grupo Tramas & Dramas) com plateia emocionada às lágrimas e apresentação da Dona Urtiga iniciando com música para o conto "O adultério de Geraldo", que ficou linnnnnda!</span>
<br />
<br /><span style="font-family: verdana;">Muitos amigos, novos amigos e_muito bacana_pessoas que eu nunca vi, presentes (de presente)!</span>
<br />
<br /><span style="font-family: verdana;">Neste link você encontra algumas fotos: <a href="http://www.papodeviralata.com/2011/08/o-prazer-e-meu.html">lançamento "Sobre Meninos e Velhos", Guaxupé</a></span>
<br />
<br /><span style="font-family: verdana;">Estou numa alegria só! Mas como literatura é dureza mesmo, ficaram alguns exemplares para venda de lançamento.</span>
<br />
<br /><span style="font-family: verdana;">Por isso estou lançando a campanha:</span>
<br />
<br /><span style="font-family: verdana;">"ajude uma escritora estreante a estrear!"</span>
<br />
<br /><span style="font-family: verdana;">Vou explicar direitinho como funciona:</span>
<br />
<br /><span style="font-family: verdana;">a Editora que confiou no meu trabalho corajosamente foi a Multifoco. Essa editora carioca vende os livros somente pela internet, porém, o autor precisa vender todos os exemplares do lançamento (não são muitos, algo bem plausível) e fazer um pequeno pedido para que então, o livro esteja visível no site da editora: <a href="http://www.editoramultifoco.com.br">www.editoramultifoco.com.br</a> .</span>
<br />
<br /><span style="font-family: verdana;">É aquela história, confiamos mas queremos saber se você, autor, também confia. E gente, claro que eu confio! Sou cara de pau, ué. Senão, como teria feito a loucura de enviar meus textos acreditando na possibilidade, mesmo que distante, que um dia eles se tornariam um livro...</span>
<br />
<br /><span style="font-family: verdana;">Então, como alguns amigos já pediram, está aberta a promoção do livro "Sobre Meninos e Velhos", com sete contos de amor, esperança e até, desilusão. A promoção dá direito a um autógrafo caprichado e muito carinho!</span>
<br />
<br /><span style="font-family: verdana;">Mas se você já comprou ou não tem como comprar agora, nem esquenta, só divulga, uai!</span>
<br />
<br /><span style="font-family: verdana;">Para adquirir, envie seu endereço para o e-mail krolborges@gmail.com. O pagamento deve ser efetuado por meio de depósito na Caixa Econômica. Havendo interesse, eu coloco os detalhes, ok?</span>
<br />
<br /></div>
<br />Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-52031547506607273952011-08-08T11:53:00.001-03:002011-08-08T11:57:01.836-03:00Nasceu meu primeiro livro!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/-SfyahvulAgU/Tj_5N4Ic14I/AAAAAAAAB9E/qJL33sUNCI4/s1600/convite-sobremeninosevelhos.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 400px;" src="http://1.bp.blogspot.com/-SfyahvulAgU/Tj_5N4Ic14I/AAAAAAAAB9E/qJL33sUNCI4/s400/convite-sobremeninosevelhos.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5638499275292596098" border="0" /></a>
<br />
<br />Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-62488387891470915962011-05-30T13:59:00.005-03:002011-05-30T16:50:10.152-03:00Ongotô<div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;">Esses dias assiti a um vídeo no youtube do espetáculo "Ongotô" do grupo Corpo, que acabou me inspirando um parágrafo.<br /><br />Esse parágrafo promete filhotes, mas por enquanto vamos com a primeira inspiração:<br /></div><br /><br /><br /><p></span><span style="color:#000000;"></span></p><br /><br /><br /><p align="justify"><em><span style="color:#990000;">foi ai que viu aquele bêbado. pesando o corpo todo numa perna só. como um bailarino suscetível aos sons das ruas ora pendia pra um lado, ora pendia pro outro. conforme o ruído um membro se acentuava impondo ao espaço sua diversidade de formas. e foi aí que esqueceu da Lourdes hipnotizado que estava pela interpretação do bailarino. e foi aí que mudou o rumo deixando-se ele também, indivíduo de um corpo sem talentos, ao sabor dos ruídos. e foi aí que esqueceu do encontro com a namorada e de tudo que estava engasgado e queria despejar-lhe de uma só vez.</span></em></p><br /><br /><br /><p><span style="color:#000000;"></p><br /><br /><br /><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Achei essa foto perfeita para que promete o próximo parágrafo...</span></div></span><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 388px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5612555612918478674" border="0" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/-CTaEqIyeyk4/TePNl-Yhd1I/AAAAAAAAB7Q/HnLI9FZ647A/s400/dan%25C3%25A7a" /><br /><br /><br /><p align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Essa foto foi "roubada" do blog "</span><a href="http://www.entrando.panoramafestival.com/?page_id=1720"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">entrando na dança</span></a><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">". </span><br /></p><br /><br /><br /><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">É de um espetáculo da Focus Cia de Dança, do Rio de Janeiro.</span><a href="http://2.bp.blogspot.com/-CTaEqIyeyk4/TePNl-Yhd1I/AAAAAAAAB7Q/HnLI9FZ647A/s1600/dan%25C3%25A7a"> </a></div><br /><br /><br /><p align="center"><br /><br /></p>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-24134143571976882182011-01-30T09:53:00.003-02:002011-01-30T09:57:47.902-02:00Em alto mar!Enfim, a viagem recomeça (veja nos comentários a contagem de votos)...<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><span style="font-size:180%;"><span style="font-family:trebuchet ms;">O adultério de Geraldo</span></span><br /><br /><!--[if gte mso 9]><xml> <o:officedocumentsettings> <o:relyonvml/> <o:allowpng/> </o:OfficeDocumentSettings> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> <w:splitpgbreakandparamark/> <w:dontvertaligncellwithsp/> <w:dontbreakconstrainedforcedtables/> <w:dontvertalignintxbx/> <w:word11kerningpairs/> <w:cachedcolbalance/> </w:Compatibility> <m:mathpr> <m:mathfont val="Cambria Math"> <m:brkbin val="before"> <m:brkbinsub val="--"> <m:smallfrac val="off"> <m:dispdef/> <m:lmargin val="0"> <m:rmargin val="0"> <m:defjc val="centerGroup"> <m:wrapindent val="1440"> <m:intlim val="subSup"> <m:narylim val="undOvr"> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" defunhidewhenused="true" defsemihidden="true" defqformat="false" defpriority="99" latentstylecount="267"> <w:lsdexception locked="false" priority="0" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Normal"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="heading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="35" qformat="true" name="caption"> <w:lsdexception locked="false" priority="10" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" name="Default Paragraph Font"> <w:lsdexception locked="false" priority="11" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtitle"> <w:lsdexception locked="false" priority="22" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Strong"> <w:lsdexception locked="false" priority="20" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="59" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Table Grid"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Placeholder Text"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="No Spacing"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Revision"> <w:lsdexception locked="false" priority="34" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="List Paragraph"> <w:lsdexception locked="false" priority="29" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="30" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="19" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="21" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="31" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="32" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="33" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Book Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="37" name="Bibliography"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" qformat="true" name="TOC Heading"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" > No início Geraldo e Gildete tratavam-se como Gê e Gil. Gê queria filhos logo, Gil queria esperar, tinha receio que o corpo mudasse e o marido não a olhasse mais com tanto desejo. Gê ficou envaidecido, tudo bem, que esperassem mais um pouco. Quando Gê chegava em casa sempre encontrava uma esposa apaixonada, disposta e feliz. Gil esperava o marido com jantares deliciosos: carnes assadas, bolinhos de bacalhau, batatas souté, bananas flambadas. Os anos foram passando. A preocupação de Gil em manter o marido apaixonado por ela, aumentando. Primeiro Gil achou que estava engordando e parou de fazer os bolinhos. Decidiu que somente assados seriam permitidos no jantar. Gê achou lindo o cuidado da esposa. Tudo bem, comeriam os deliciosos bolinhos da Gil em outras ocasiões. Filhos? Gil agora queria perder peso pra ficar tranqüila durante a gravidez.<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Os anos continuaram passando, gradativamente os pratos no jantar diminuindo. Até que um dia Geraldo chega em casa e encontra Gildete na esteira em frente à TV, suada, cabelos amarrados. Na mesa, um prato de sopa magra. Geraldo questionou, argumentou, pediu, implorou para que a esposa ficasse tranqüila. Gildete era linda, mesmo depois de vinte anos de casamento, Geraldo ainda sentia-se apaixonado por ela. O marido desesperado chegou a suplicar, de joelhos, por uma maminha ao alho assada no forno lento. Mas nada, Gildete estava decidida a salvar ela e o marido da viagem sem volta ao mundo do maléfico e temido colesterol, dos açúcares assassinos, do sal em demasia.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Mais uma vez Geraldo se conformou. Gildete, além de magra, era obstinada. E foi assim que chegaram ao início da velhice: sem filhos, Gildete magra e Geraldo conformado. O marido acreditava não ter mais sonhos, a esposa acreditava ter colocado tudo em ordem, afinal. Mas isso foi antes daquele domingo...</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" > </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" > Após o desjejum _ duas torradas light, um pedaço fino de queijo branco, um copo de suco natural de fruta, ou a própria fruta (nunca os dois, afinal a vida é feita de escolhas)_ iriam, Geraldo e Gildete ao mercado. Segundo a mulher aquele era o melhor horário. Inconformado de ter que levantar tão cedo num domingo, Geraldo abandonou o leito quente e macio rodeado por generosos travesseiros e, obedientemente, fez o seu desjejum escolhendo a fruta só pela sensação de que estava mordendo algo. E seguiram para o mercado.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>No mercado, Geraldo era o ajudante de compra, portanto deveria ficar calado, limitando-se a colocar no carrinho os produtos indicados pela esposa, por sua vez orientada pelo Dr. Você é o Que Você Come, conceituado endocrinologista pós-graduado em nutrição, por quem o marido também estava sendo “tratado”. Escolher algum produto somente pelo prazer, jamais! A saúde em primeiro lugar.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Aqueles corredores intermináveis de potes brancos e discretos contendo um irritante sub título “light”, ou “diet”, ou ainda “produto natural, não contém gordura trans", causavam um tédio sem tamanho em Geraldo. Conformado, o marido estava retirando o frasco de adoçante e arrumando no carrinho de forma organizada e segura quando um pedido de sua A-DO-RÁ-VEL esposa o surpreendeu:<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>_ Querido, vá até a seção de verduras sem agrotóxicos e veja se chegou alfafa, sim?<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>_Si-sim...mas...e você?<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>_Eu ficarei aqui aguardando o aspartame que o rapaz foi buscar.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Geraldo não acreditava! Em anos aquela era a primeira vez que Gildete aliviava a vigilância para que o marido não cedesse às tentações da gula. Liberdade, enfim a liberdade. E como qualquer recém liberto (está certo que era apenas um indulto) Geraldo experimentou um minuto de confusão: por onde iria? Pela seção de chocolates e biscoitos com gordura trans? Ou passaria pelo açougue, entre picanhas e suas proibitivas capas de gordura? Respirou fundo retomando as rédeas de seu raciocínio e desenhou o trajeto mentalmente: “chocolates e biscoitos”, “massas e molhos”, “açougue” (quem sabe já não estariam assando frango) e por fim a alfafa...afinal nem tudo é perfeito e o inesperável indulto, com certeza, tinha hora pra acabar.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Aquele foi um dos passeios mais prazerosos e inesquecíveis da vida de Geraldo. Os corredores eram coloridos e entre eles a vida era alegre e sem culpas. No açougue, um <i style="">chef</i> de estrutura generosa e faces coradas descrevia uma receita de pernil suíno: “ao final, após cozido e dourado, joga-se óleo fervendo sobre o couro para que ele se transforme numa crocante camada de pururuca envolvendo toda a carne, que a essa altura já deve estar macia como um algodão!” Ahhhh, enfim a vida sorria pra Geraldo novamente...</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Mas eis que passos rápidos e decididos se aproximam e, antes que o marido tenha tempo de sair correndo dali direto pra seção de verduras, a mulher o surpreende num deleite imaginário com o...Pernil à Pururuca.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>_GERALDOOO! A alfafa é do outro lado, o que está fazendo aqui?</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>_Eu!? Aqui? Bem, acho que me perdi querida...</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Impaciente a mulher apontou a seção de verduras e foi seguindo o marido que evitava o olhar desconfiado da esposa.<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center; line-height: 150%;" align="center"><span style=";font-family:";" >***</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center; line-height: 150%;" align="center"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-right: -0.05pt; text-align: justify; line-height: 150%;"><i style=""><span style=";font-family:";" >O que Geraldo não poderia imaginar é que aquele era o dia em que os corações sedentos de vida e paixão iriam, finalmente, experimentar a doçura dos amores inesperados.<br /></span></i></p><p class="MsoNormal" style="margin-right: -0.05pt; text-align: justify; line-height: 150%;"><i style=""><span style=";font-family:";" ><br /></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 28.3pt 0.0001pt 21.3pt; text-align: center; line-height: 150%;" align="center"><i style=""><span style=";font-family:";" >***</span></i></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 28.3pt 0.0001pt 21.3pt; text-align: center; line-height: 150%;" align="center"><i style=""><span style=";font-family:";" ><br /></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Geraldo seguia em direção à alfafa quando avistou...ela! Encostada no balcão refrigerado bem ao lado das verduras. Sua face alva em contraste com o brilho carmim emitia uma espécie de energia hipnotizante. Ele teve medo de ser surpreendido novamente pela esposa e, num esforço corajoso, tentava ganhar tempo comentando sobre a importância dos produtos cultivados sem agrotóxicos. Enquanto andava de uma verdura a outra, sempre evitando encarar a esposa que já estava zonza com tanta agitação, percebia um olhar insistente e provocador. Por um instante, Geraldo a fitou sentindo uma espécie de tontura. Ele procurou rapidamente na memória um de seus olhares sedutores, infalíveis nos tempos de baile do extinto Clube Recreativo, e ensaiou um sorriso confiante. Seu coração acelerava e as pernas vacilaram por um instante.<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Gildete notou o "desconforto" do marido e resolveu que precisavam ir embora. Definitivamente ele estava muito estranho.<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>_Amanhã vou te levar ao médico! Querido você precisa se cuidar, se alimentar melhor, <i style="">blá blá blá</i>_ e finalizou com um desanimador "afinal, você não é mais um garotinho, meu bem!"</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Naquela noite, Geraldo esteve febril. Em meio aos suores balbuciava palavras ininteligíveis e sorria e chegou mesmo a gargalhar. A esposa estava intrigada e enquanto passava panos molhados na testa do marido os sentimentos se confundiam. Em alguns momentos, sentia pena de vê-lo sofrendo daquela maneira, em outros parecia que o marido sorria pra ela. Mas quando ouviu aquele ruído parecido com uma gargalhada teve ganas de enforcá-lo com aquele paninho úmido! Era tarde quando Geraldo, enfim, dormiu e a esposa pode descansar. Queria estar de pé bem cedo para levá-lo ao médico. O marido estava fora de si, com certeza devia estar comendo doces escondido!</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>No outro dia, Geraldo acordou cedo. O travesseiro molhado de suor dissipou rapidamente a confusão matinal. Uma sensação de que o sonho do qual acabara de acordar, fora real, fizera com que ele entrasse novamente num estado de paixão. Foi quase flutuando que ele saiu da cama e se arrumou. Fez a barba caprichosamente, espalhando o creme com suavidade e por fim arrematou com sua loção pós-barba, que há tempos estava esquecida no armarinho do banheiro. Enquanto se olhava no espelho, o sonho retornou límpido em sua memória: o mercado estava quase completamente vazio, era tudo mais bonito e o ambiente fora suavizado pela pouca luz. Foi um momento único. Enquanto um violinista solitário tocava as Quatro Estações, ele se aproximava lentamente do balcão refrigerado. Ela estava ainda mais bela. As faces pareciam mais alvas destacando o brilho carmim que se espalhava pelas prateleiras ao seu redor. Ele caminhava com os passos coreografados pelos sons do violino e seus olhos confiantes da própria sedução não desviaram nem um instante do objeto de sua paixão. E, em meio à música, ele ouviu uma voz sussurrando “decifra-me, decifra-me”...</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Quando a esposa acordou e percebeu que estava só na cama, levantou num salto e saiu pela casa gritando pelo marido. Não teve uma noite tranqüila. Durante o sono, um pesadelo em que ele comia um pote de chantily puro, enquanto ela, impotente, apenas observava, a atormentou de uma maneira estranha. Aquilo foi real demais para que Gildete não se desesperasse. Ela o procurou pela casa toda. Já havia desistido quando um lampejo a fez lembrar do que acontecera no dia anterior. Claro, o mercado!</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Foi ainda com o sonho pulsando em sua mente que Geraldo resolveu voltar ao mercado. Entrou quando os funcionários ainda terminavam a limpeza, arrumavam prateleiras, enfim, colocavam tudo em ordem para receber aos clientes. Como um namorado ansioso pelo primeiro encontro de amor, Geraldo foi direto para seção de doces refrigerados. Mas a cena que presenciou o abalou profundamente. O objeto de sua paixão, que provocara as alucinações febris da noite anterior, estava jogado num carrinho em que um funcionário amontoava produtos vencidos. Geraldo correu na tentativa de salvar sua amada de face alva e carmim. Não se importava se o brilho que exibia no dia anterior havia se transformado num vermelho opaco e sem vida. Ele estava totalmente tomado pelo desejo, sua boca salivava, ele não desistiria logo agora. Geraldo precisava saborear aquela torta de morango e creme de qualquer forma! Mesmo com a gelatina sem brilho, mesmo com as frutas já azedas e o creme sem sabor. Era questão de vida ou morte. Geraldo empurrou o funcionário que retirava os produtos vencidos do refrigerador e agarrou sua torta com toda força. Chorando, sentado no chão, Geraldo comia o doce como quem se agarra à última bóia de um navio em naufrágio.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Quando Gildete chegou, já era tarde. Ainda tentou tirar o marido daquela posição ridícula, sem sucesso. Decepcionada, agora era Gildete quem implorava a Geraldo que voltasse com ela pra casa, que largasse aquela dissimulada torta de morango, que despertasse daquela alucinação.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>Para Geraldo aquela foi a gota d´água. Decidiu que nunca mais deixaria de comer doces, picanhas e bolinhos fritos. Arrumou suas malas e desapareceu sem deixar pistas.<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span style=";font-family:";" ><span style=""> </span>O que aconteceu com Gildete foi trágico. Inconformada por ter sido trocada por um doce, a esposa traída passou a comer todas as tortas de morango e creme que encontrava pela frente. Queria consumir o pivô de sua separação.<span style=""> </span>Passaram-se meses quando Gildete, sentada a frente da TV com um pote de sorvete nas mãos, assistiu a uma notícia bombástica: num canal pago, a TV gritava “revelação brasileira na pâtisserie francesa”. Gildete não acreditou no que viu: sorridente e com as faces coradas estava Geraldo apresentando sua aclamada receita de tortas de morango com creme de chantily.<span style=""> </span></span></p>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-50992291739273425322011-01-23T21:34:00.004-02:002011-01-23T22:36:48.730-02:00Navegar é preciso!<a href="http://1.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/TTzJmB16l9I/AAAAAAAABzo/FpS1AMjYXf0/s1600/barco.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5565544894689875922" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 355px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/TTzJmB16l9I/AAAAAAAABzo/FpS1AMjYXf0/s400/barco.jpg" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div></div><br /><div>Peço licença marinheiro, marinheira pra encostar meu barco próximo ao teu e, nesse mar que é a internet, trocar um dedo de prosa. Sim, prosa. Mais precisamente, conto.<br /><br />Esta é minha nau: Sonhos de Orieta. Lancei um desafio do qual preciso de sua ajuda. Resolvi me arriscar nesse mar, mas quero companhia. Junto comigo vão três inícios de contos já escritos, que ofereço a você para que escolha qual dentre eles deixou uma pontinha de curiosidade. A primeira parte da viagem dura uma semana e, à meia noite do próximo sábado aportaremos para definir qual dos três rumos tomaremos. E assim, seguiremos mar adentro.<br /><br />Para participar é só deixar um comentário com o titulo escolhido. Será um prazer viajar em sua companhia!<br /><br />Afinal, navegar é preciso!<br /><br />Avise outros marinheiros e marinheiras, quanto mais participantes, mais emocionante será a viagem!<br /><br /><br /><strong><span style="font-size:180%;"></span></strong><br />Escolha qual dos três contos você quer continuar lendo. O mais votado será publicado integralmente no próximo domingo, dia 30/01.<br /><br /><strong><span style="font-size:180%;">UM</span></strong><br /><br /><strong><span style="font-family:trebuchet ms;">O adultério de Geraldo</span></strong><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"></span><br /><br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">No início Geraldo e Gildete tratavam-se como Gê e Gil. Gê queria filhos logo, Gil queria esperar, tinha receio que o corpo mudasse e o marido não a olhasse mais com tanto desejo. Gê ficou envaidecido, tudo bem, que esperassem mais um pouco. Quando Gê chegava em casa sempre encontrava uma esposa apaixonada, disposta e feliz. Gil esperava o marido com jantares deliciosos: carnes assadas, bolinhos de bacalhau, batatas souté, bananas flambadas. Os anos foram passando. A preocupação de Gil em manter o marido apaixonado por ela, aumentando. Primeiro Gil achou que estava engordando e parou de fazer os bolinhos. Decidiu que somente assados seriam permitidos no jantar. Gê achou lindo o cuidado da esposa. Tudo bem, comeriam os deliciosos bolinhos da Gil em outras ocasiões. Filhos? Gil agora queria perder peso pra ficar tranqüila durante a gravidez. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Os anos continuaram passando, gradativamente os pratos no jantar diminuindo. Até que um dia Geraldo chega em casa e...</span></div><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:180%;"><strong></strong></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:180%;"><strong>DOIS</strong></span><br /><strong><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:180%;"></span></strong><br /><br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong>Meu avô</strong><br /><br />O que me lembro do dia em que meu avô se foi é uma mistura de sonho e alucinação. Contam que eu tive tanta febre que nem deu tempo de ninguém chorar, preocupados que estavam em me acudir.<br />Lembro que o sol já ia alto quando eu acordei. Os olhos remelentos demoraram a desgrudar. Tentei dar uma enrolada no tempo fingindo que não estava sentindo a quentura na pele, a claridade doída e seca, mas aquele chacoalho da carroça não tinha fim. Um chacoalho de festa e fanfarra. De mágico na praça e maçã do amor. Chacoalho estranho, eu ia pensando no meio do esfrega das mãos no rosto. Estranho um chacoalho musicado assim. Eu ia pensando e lembrando da noite anterior. A música do chacoalho misturava-se com o som da correria pra catar os trecos de cozinha e colocar tudo na carroça de uma vez. Eram os pratos batendo nos copos que batia no jarro que batia tudo junto no caixote. Ti-lin, ti-lin, ti-lin. Eu ia lembrando dos barulhos. Preguiçosamente, juntando uma coisa com a outra e com a outra e com a música do chacoalho da carroça, mais o som dos trem e da correria. A correria da noite anterior. Foi tudo de uma vez. A mãe, a Juaninha, o Deuseni, o pai, o Pingo latindo pra roça que ia ficando pra trás. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:180%;"><strong></strong></span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:180%;"><strong>TRÊS</strong></span></div><br /><div align="justify"><strong><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:180%;"></span></strong></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"><strong>O Diário de Alberico</strong><br /><br />DESPEDIDA<br />A despedida foi triste. Só um pouco. Vou sentir saudades da mãe, do pai, da criação, das plantas. A mãe ficou preocupada. “E trabalho, fio? E comer? Dormir? Tudo bem, a gente cria os fio pro mundo mesmo...escreve pra mãe?” Escrevo mãe, sempre.<br />VIAGEM<br />Nunca viajei tanto. O ônibus ainda balança muito. O vizinho de banco me disse que depois melhora. “Chegando em São Paulo a estrada vai ficando lisinha. Só asfalto. Uma beleza!”<br />BURACO<br />Acabaram os buracos da estrada. Começou um buraco no estômago. Já dormi e acordei duas noites. E essa São Paulo que não chega nunca. Quase perguntei pro vizinho se essa cidade existia mesmo. Vergonha. Não podia mostrar medo logo agora.</span></div></div>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-2125190193991435222010-08-20T11:14:00.003-03:002010-08-20T11:22:31.859-03:0033 Primaveras (ou primas Veras?)Amor é aprendizado diário<br /><br />É também compensação, maior do que qualquer definição de humanidade<br /><br />Amor é o mais humano dos sentimentos, o mais transformador, mais lindo e mais dolorido quando nos falta<br /><br />Sorte de quem tem um amor da vida inteira, mesmo que a vida ainda esteja bem no comecinho<br /><br />Eu tenho sorte<br /><br />Parabéns, meu amor, por estar aqui, por ser este grande poço de afeto e amor, por ser assim, tão intenso, por não se fazer indiferente à vida<br /><br />EU TE AMO!Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-23556780732368670092010-08-20T11:08:00.001-03:002010-08-20T11:10:45.321-03:00Hoje tem espetáculo, tem sim senhor!<span style="font-family: trebuchet ms;">Montaram um circo em meu coração. Como se ele fosse o centro de uma cidade pequena e aconchegante. A praça, o palco de encontros, amores, brincadeiras infantis. É lá que a lona foi montada. Meu coração é ao mesmo tempo o picadeiro, o trapezista, o palhaço, o equilibrista e o mágico.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">A cidadezinha está em festa, o espetáculo vai começar.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;"><br />E de uma só vez, no alto e no chão, apresentam-se dois artistas.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;"><br />Enquanto o equilibrista luta para manter-se firme na corda bamba que teima em balançar junto com as batidas de seu coração, lá no picadeiro, o mágico traz promessas de mistério e boas histórias em seu sotaque estrangeiro. Transforma o azul da lona em água, e as lâmpadas coloridas em cardumes coreográficos. Nasce então um céu oceânico. E é nesse céu que chega o palhaço. Matreiro, malicioso em seu barco de papel que espirra alegria na platéia enquanto passa.<br /><br />É tão lindo e colorido o espetáculo que o equilibrista, láááá de sua corda e seu céu sem estrelas,<br /><br />desequilibra<br /><br />O equilibrista não sabe nadar. E sem escolha, diante do oceano cada vez mais próximo, ele fecha os olhos, abre os braços e entrega-se. Como se fosse um paraquedista em queda livre com a certeza de que tudo vai dar certo, ele somente se entrega. O mágico, o palhaço e a platéia tem os olhos na queda livre do equilibrista. Sentem medo e uma pontinha de inveja. A platéia levanta-se de uma só vez. O equilibrista continua de olhos fechados e o oceano em que ele não sabe nadar continua aproximando-se. </span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">O oceano aproxima-se rapidamente, mas o equilibrista, subvertendo as leis da física, cai lentamente. </span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Cai lentamente, o equilibrista</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;"><br />Aproxima-se rapidamente, o oceano</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;"><br />Lentamente</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Rapidamente</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;"><br />Lentamente </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Rapidamente</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;"><br />Quando oceano e equilibrista estão numa distância íntima, quando enfim podem tocar-se, a platéia em coro diz: úúúúúú ahhhhhhh. </span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;"><br />Nesse momento há no céu outro artista: o trapezista observava seu colega, em silêncio. O perigo da queda do equilibrista comove o trapezista...</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;"><br />Quando o equilibrista abre os olhos, ele está nos braços do orgulhoso trapezista que o pousa com cuidado de volta no céu sem azul.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">A plateia aplaude durante um longo tempo, comentam entre si a coragem dos artistas, o espetáculo primoroso. Pensam que estavam todos preparados. Não reparam, em meio a excitação, que mágico, palhaço, trapezista e equibrista estão parados, incrédulos diante do próprio espetáculo.<br /><br />Olham-se as duplas de artistas uma no céu, outra no oceano, e sabem, em silêncio, que nunca mais serão os mesmos.</span>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-12791676995773966272010-08-20T11:04:00.004-03:002010-08-20T11:24:24.335-03:00A moça e o Rádio<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CUsers%5CIEJ%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CUsers%5CIEJ%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" href="file:///C:%5CUsers%5CIEJ%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> <w:splitpgbreakandparamark/> <w:dontvertaligncellwithsp/> <w:dontbreakconstrainedforcedtables/> <w:dontvertalignintxbx/> <w:word11kerningpairs/> <w:cachedcolbalance/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> <m:mathpr> <m:mathfont val="Cambria Math"> <m:brkbin val="before"> <m:brkbinsub val="--"> <m:smallfrac val="off"> <m:dispdef/> <m:lmargin val="0"> <m:rmargin val="0"> <m:defjc val="centerGroup"> <m:wrapindent val="1440"> <m:intlim val="subSup"> <m:narylim val="undOvr"> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" defunhidewhenused="true" defsemihidden="true" defqformat="false" defpriority="99" latentstylecount="267"> <w:lsdexception locked="false" priority="0" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Normal"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="heading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="35" qformat="true" name="caption"> <w:lsdexception locked="false" priority="10" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" name="Default Paragraph Font"> <w:lsdexception locked="false" priority="11" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtitle"> <w:lsdexception locked="false" priority="22" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Strong"> <w:lsdexception locked="false" priority="20" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="59" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Table Grid"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Placeholder Text"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="No Spacing"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Revision"> <w:lsdexception locked="false" priority="34" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="List Paragraph"> <w:lsdexception locked="false" priority="29" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="30" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="19" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="21" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="31" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="32" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="33" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Book Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="37" name="Bibliography"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" qformat="true" name="TOC Heading"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><style> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:"Cambria Math"; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:roman; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-1610611985 1107304683 0 0 159 0;} @font-face {font-family:"Lucida Sans Unicode"; panose-1:2 11 6 2 3 5 4 2 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-2147480833 14699 0 0 191 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:none; mso-hyphenate:none; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family:"Lucida Sans Unicode"; mso-font-kerning:.5pt; mso-fareast-language:#00FF;} .MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-size:10.0pt; mso-ansi-font-size:10.0pt; mso-bidi-font-size:10.0pt;} @page Section1 {size:595.25pt 841.85pt; margin:2.0cm 2.0cm 2.0cm 2.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1; mso-footnote-position:beneath-text;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal">A moça ouvia o rádio</p><p class="MsoNormal">
<br /></p> <p class="MsoNormal">A moça ouvia impaciente as propagandas no rádio, sempre,
<br /></p><p class="MsoNormal">até o dia em que soube que eram elas, as propagandas, que mantinham o rádio</p> <p class="MsoNormal">
<br /></p><p class="MsoNormal">Então a moça passou a ter um pouco mais de paciência,
<br /></p><p class="MsoNormal">só um pouco</p> <p class="MsoNormal">
<br /></p><p class="MsoNormal">A moça então, com um pouco mais de paciência, ouvia o bloco de propagandas,
<br /></p><p class="MsoNormal">sentada na cama, mãos cruzadas entre os joelhos,
<br /></p><p class="MsoNormal">olhos arregalados na tentativa de ajudar ao ouvido ficar bem ouvinte</p> <p class="MsoNormal">
<br /></p><p class="MsoNormal">A moça ainda de cabelos despenteados, dentes não escovados e camisola de algodão,
<br /></p><p class="MsoNormal">ficava assim,
<br /></p><p class="MsoNormal">na cama,
<br /></p><p class="MsoNormal">as mãos entre os joelhos,
<br /></p><p class="MsoNormal">sentada</p> <p class="MsoNormal">
<br /></p><p class="MsoNormal">O coração da moça sabia de cor as propagandas de antes do programa </p> <p class="MsoNormal">
<br /></p><p class="MsoNormal">O coração da moça, assim quando as propagandas iam passando</p><p class="MsoNormal">_o salão de beleza,
<br /></p><p class="MsoNormal">o escritório de contabilidade_</p><p class="MsoNormal">iniciava uma arritmia ritmada <span style="font-size:130%;">aumentando,</span> <span style="font-size:130%;">aumentando, </span>
<br /></p><p class="MsoNormal">e era tão forte que o corpo da moça até balançava</p> <p class="MsoNormal">
<br /></p><p class="MsoNormal">O coração aumentava até quase explodir,
<br /></p><p class="MsoNormal">até que o corpo não mais suportasse controlar aquele coração em fuga,
<br /></p><p class="MsoNormal">até que o homem da rádio falava,
<br /></p><p class="MsoNormal">falava pra moça_o coração dela que afirmava:
<br /></p><p class="MsoNormal">
<br /></p><p class="MsoNormal">bom dia queridos ouvintes!</p> <p class="MsoNormal">
<br /></p><p class="MsoNormal">E então?
<br /></p><p class="MsoNormal">
<br /></p><p class="MsoNormal">Então a moça despertava</p><p class="MsoNormal">
<br /></p><p style="color: rgb(255, 0, 0);" class="MsoNormal">
<br /></p><p class="MsoNormal"><span style="color: rgb(255, 0, 0);font-family:trebuchet ms;" >(Este escrito, reescrito, é para meu amor, que reamo todos os dias, Rodrigo Sá Pedro)</span>
<br /></p> Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-1040369237133259162010-05-06T15:45:00.004-03:002010-05-07T11:08:48.628-03:00O BROCHE ou o Imoral da história<span style="font-size:100%;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Tardes frias são melhores para leitura. Nesses dias a biblioteca fica cheia. Crianças que dão gosto de se ver. Compenetradas, olhos brilhantes, corpo inerte. Carmem gostava disso. Não gostava de barulho. É preciso silêncio para ouvir o som das páginas. É preciso um ambiente limpo para que o mofo histórico tome conta do espaço. Embora em tudo negasse, a bibliotecária era jovem. Talvez fosse bonita por detrás da ordem dos cabelos, óculos e broche combinando com o brinco.</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Podia-se dizer que Dito e Carmem eram conhecidos de longa data. O rapaz freqüentava a biblioteca antes mesmo de Carmem imaginar que habitaria uma sala fria e respeitosa que continha, ela dizia, todos os segredos do mundo. Dito e Carmem nunca conversaram. Bons dias, boas tardes e até amanhãs, compunham o repertório da relação de cumplicidade entre o freqüentador e a moça. Naquela tarde além de Carmem, Dito, a Sra.Deurides e seus obedientes netos, não havia mais ninguém na biblioteca municipal. Carmem estranhou a ausência de movimento. Olhou pela janela, o céu estava repleto de nuvens grávidas prestes a darem à luz uma deliciosa escuridão. Barulho de chuva Carmem gostava. Estranho as pessoas não desejarem ler naquele dia...</span><br /><br /></span><div style="text-align: center;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:trebuchet ms;">***</span></span><br /></div><span style="font-size:100%;"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">O menino era bem arrumado. Cabelos penteados, divididos e domados com gel. A roupa meio fora de moda tinha moldura de suspensórios. Quase uma representação daqueles retratos antigos, o traje estava completo não fosse pela ausência dos óculos de grau. Carmem foi logo se encantando. Criança mais bonitinha. Jeito de quem gosta mesmo de livros e corpos inertes. Ufa! O que a moça menos desejava naquele dia era uma criança barulhenta e perguntadeira. Para dúvidas é que se fazem os livros, oras. Rubinho, o menino, ainda procurou os óculos do pai em casa, mas como não os encontrara convenceu-se de que ficariam mesmo grandes demais e resolveu ir assim mesmo, com traje incompleto, para a biblioteca. Prédio antigo, o nariz informou. Sem sons ou ruídos, resmungou seu ouvido entediado. A boca, sem ter o que sentir, partiu para a ação. Oi! Oi! O menininho procura alguma coisa? Procuro, procuro. (Será que a moça sabia dos óculos?). Então? É que não encontrei então pensei em vir assim mesmo mas se a Senhora se zanga eu volto procuro mais um pouco na verdade enxergar eu enxergo direito mas talvez os livros não me respeitem assim. (Besta! Porque não peguei os óculos do meu avô). Rubinho deu meia volta e ia saindo em disparada quando lembrou de onde estava e conteve os passos...seguiu-se um eterno período de silêncio. O menino respirou fundo e continuou. Pé ante pé, deu para sentir o quanto eram distantes as distâncias de um prédio antigo.</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Carmem, parada, observava o menino. Não entendeu nada, mas uma coisa não saía de sua cabeça. Deixa pra lá. Era só um menino. E um menino bem confuso. Deixa pra lá. Mas não são as crianças as portadoras da sabedoria cristalina que só a ingenuidade contém? Deixa pra lá. Hoje em dia tá tudo doido mesmo, criança vestindo roupa de adulto. Deixa pra lá. A certeza na cabeça e a dúvida nos dedos. Frenéticos, faziam uma coreografia nervosa: mindinho, seu vizinho, pai de todos e fura olho. O polegar fica de fora, mas o movimento deve ser rápido. O barulho incomodou a Sra. Deurides. Que desrespeito! E saiu, ultrapassando o menino que até aquele momento ainda tentava sair do prédio como se deve sair de uma biblioteca. Os netos, um menino e uma menina, correndinho, correndinho, presos nas mãos da avó, tentavam acompanhar o movimento brabo para não cair. Carmem não conseguia ficar quieta, ignorou a Sra. Deurides e seus netos em disparada. Mindinho, seu vizinho, pai de todos, fura olho. Polegar fica de fora. Movimento rápido. Dito não entendeu se ia ou ficava. Na dúvida, foi. Deixou o livro sobre o balcão, longe do polegar de Carmem que apontava para o teto com afrescos barrocos. E saiu, nem correndo como a Sra.Deurides, nem quase parando como o menino. Quando ultrapassou o peralta, deu uma olhadinha de repreensão e virou-se, um quase nada, para dar um sorriso de apoio à Carmem. O menino ainda tentou agarrar Dito_ ele precisava agarrar-se em algo, que fosse um braço, pelo menos. Môôôço...nada. Ás vezes os adultos podem ser muito cruéis com as crianças. Agora parecia que a distância entre o menino e a moça era um quase nada e seus dedos nervosos o alcançariam a qualquer momento. Quem entende essas distâncias de prédios antigos? Agora eram só os dois. Ah! E os anjos barrocos dos afrescos que o polegar de Carmem apontava. Seriam os anjos as únicas testemunhas? Mindinho, seu vizinho, pai de todos, fura olho. Polegar fica de fora. Mãos paradas, coração batendo forte, e ela ainda tomando coragem. Mindinho, seu vizinho, pai de todos, fura olho. Agora bem devagar. O polegar ainda de fora. Menino! Ô menino! Os pés que antes eram pé ante pé agora eram um giro em si, e num instante estavam os dois, o menino e a bibliotecária, frente a frente novamente. Você me chamou de SE NHO RA? Sim, senhora! Porquê? Por quê? É, porquê? O menino entendeu que a moça não aceitaria um “por respeito” como resposta. Olhou detalhadamente cada detalhe de Carmem. Carmem era cheinha de detalhes. Rubinho sabia, devia escolher um só detalhe, algo para responder, e não ficar enrolando. Foi assim que ensinou Dona Domitilla, a professora de leitura na escola. Ensinou à moda antiga, com palmatória que era pra ficar bem ensinadinho. Ficou. Rubinho olhava os detalhes da moça que parecia sim, uma velha senhora, e demorou a encontrar uma boa resposta que o fizesse sair da biblioteca ainda com vida. E a resposta veio reluzente, cheia de brilhinhos coloridos em forma de borboleta. Mostrando a segurança de um juiz de futebol, Rubinho foi direto! O broche. O broche!? Sim, o broche. Carmem tirou o broche. Contidamente. E, contidamente, jogou-o na lixeira de madeira que ficava embaixo de sua mesa rodeada de livros. Deu uma passadinha de mão na marca do alfinete, tirou o amassadinho quase invisível da blusa branca de cetim, cruzou as mãos na frente da saia, quase como os jogadores faziam quando iam defender pênalti (observou a cabeça atenta de Rubinho) e perguntou: e então? Então? Hummm. Ahhh, bem melhor!</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Carmem soltou um suspiro daqueles! Quase que se ouvia. Os olhos curiosos de Rubinho viram os anjinhos barrocos voando em roda no afresco do teto. Seu nariz sentiu o cheirinho de chuva chegando. E ele observou que o quase nada de distância entre ele e Carmem não o assustava mais. Mas observou, criança mais bonitinha, que a distância entre ele e a saída para a rua era ainda menor. Tchau! Não vai levar nenhum livro? Hoje não. E a boca abriu um riso escancarado mostrando todos os dentinhos.</span><br /><br /></span><div style="text-align: center;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:trebuchet ms;">***</span></span><br /></div><span style="font-size:100%;"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">O avô de Rubinho tem óculos de aro de tartaruga e um litro de whisky escondido atrás dos livros da estante do escritório, lá bem no alto. Um dia o avô chamou o neto para uma conversa dessas que se tem quando um menino deve aprender coisa de homem, mesmo que seja ainda bem criança. Chamou Rubinho, fechou a porta do escritório e com os pés na ponta tirou duas garrafas detrás dos livros grossos da estante que fica bem lá no alto. Cúmplice, mostrou as garrafas pro neto colocando o indicador na boca, psiiiii. Rubinho entendeu. Ele entendia bem dessas coisas. O avô serviu whisky num copo e um licorzinho de jabuticaba no outro que empurrou para o neto e ensinou, nesse dia inesquecível, que às vezes é melhor uma mentira bem bonita do que uma verdade feia.</span></span>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-54733730663807518602009-07-15T20:40:00.002-03:002009-07-15T20:48:08.371-03:00Espatódea<a href="http://4.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/Sl5pd_ZEPLI/AAAAAAAABuA/baJgdBGmjJU/s1600-h/Espadotea_poster_edge.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5358836570571160754" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 237px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/Sl5pd_ZEPLI/AAAAAAAABuA/baJgdBGmjJU/s400/Espadotea_poster_edge.jpg" border="0" /></a><br /><div>Ela morava numa estrela, e porque a noite estava quente resolveu sair à procura de outra constelação. E foi o bafo do hálito dele que a guiou: leve, solta, sem gravidade e sem rumo. Um hálito novo, um sopro quente e sonoro. E ela esqueceu o calor e esqueceu que tinha saído à procura de um lugar mais fresco. Porque junto com o hálito ele dizia palavras doces e moles. Palavras molhadas que saíam do diafragma dançando e fazendo as cordas vocais vibrarem como as cordas do violão. Ela olhava curiosa a cabeça laranja dele. Cabeça cor de sol. E ficou feliz porque conseguiu fixar seu olhar nas molas vibrantes do cabelo dele sem machucar os olhos. Ela pensou que ele fosse o sol. E ficou encantada. Um encanto de descoberta infantil, mágica. E com olhos de criança, protegida pela certeza de que ele não a via, ficou observando ele cantar e dançar.</div><div> </div><div>Ele percebeu que ela o olhava. E cantou pra ela assim de um jeito engraçadinho, disfarçando, para que ela não sentisse vergonha. Ela parou em outra estrela para observar e ouvir melhor. E seu peito encheu, encheu e sob ele um músculo começou a bater: tum, tum, tum. Um músculo vermelho e vibrante. Ela não entendeu o que era, mas foi ali que nasceu o amor.</div><div> </div><div>E seu mundo expandiu para além das estrelas. Ela aprendeu a suspirar e a sonhar. Ela, que até então morava no lugar aonde todos iam quando estavam sonhando. Pra onde os casais apaixonados olhavam quando estavam abraçados em frente ao mar. Onde os amantes conseguiam ler os palpites que geravam bebês.Ela estendeu a mão para que ele a seguisse. E os dois flutuaram brincando de escorregar no anel de Saturno.Ela deu uma pirueta no ar, ele dançou girando com um pé só.Ela mostrou uma estrela que acabara de nascer, ele encostou a língua na ponta do nariz.Ela se espantou com o som da própria risada e ficaram brincando de rir durante muito tempo.</div><div> </div><div>Mas a Terra girava, girava e não parava de girar. E o primeiro raio de sol apareceu. E ela entendeu que ele não era o sol. E fugiu, porque o sol a cegava. Ele ficou com a mão estendida esperando, mas ela sumiu. Ainda deu tempo dela deixar uma lembrança. Um brilho, brilho emprestado de estrela, que ficou na mão dele fixo como o olhar curioso da primeira vez que ela o viu. Ele apertou a mão contra o peito e acordou assim. Foi até a janela, mas não conseguiu olhar o céu. O sol fechou suas pálpebras e ele entendeu que o dia seria uma longa espera. E decidiu que o nome dela seria Espatódea.</div><div> </div><div>Desde então há uma estrela no céu enfeitada com flores laranja e habitada por ela. Todos os dias ela vive a expectativa de que a Terra gire logo até o ponto onde ele mora e sempre o encontra olhando pela janela a espera do crepúsculo que antecede o amor. </div><div> </div><div><span style="font-size:85%;">(Este conto foi re-publicado porque ganhou uma participação mais que especial. Veronica Yanina, artista plástica que mora em Floripa me presenteou com essa ilustração que parece um sonho! Em breve teremos mais participações da V., Vê ou Nina em texto e imagem.)</span></div>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-80631374282218376122009-07-13T20:13:00.005-03:002011-01-27T09:23:35.412-02:00Um duelo de fé<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SlvBWYNaP_I/AAAAAAAABt4/Onm99oMlGRk/s1600-h/galeno.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 213px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SlvBWYNaP_I/AAAAAAAABt4/Onm99oMlGRk/s320/galeno.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5358088771887316978" border="0" /></a><br /><p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" lang="pt-BR"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;">Foi como num filme de bang bang em que oponentes convictos de sua fé marcam um duelo honesto. De um lado, artistas e crianças munidos de giz colorido, tintas, pincéis, brincadeiras e sorrisos. De outro, os paroquianos silenciosos armados com a certeza da fé milenar e da convicção de que o preto é preto e o branco é branco. Havia ali uma linha invisível, etérea, que separava os oponentes ao mesmo tempo em que unia duas crenças distintas. Afinal, quem pode questionar a legitimidade daqueles que defendem a arte ou a religião?</span></span></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;"><span lang="pt-BR">O duelo parece ficção, mas aconteceu. Foi na tarde de sábado (27/06) em frente à Igreja Nossa Senhora de Fátima, a “Igrejinha” da 308 sul. Uma manifestação em prol do painel de autoria do artista plástico piauense Francisco de Fátima Galeno reuniu cerca de 150 artistas e simpatizantes em defesa de uma santa colorida, lúdica e brincalhona. A polêmica nasceu antes mesmo do início dos trabalhos de restauração no templo, em novembro, quando um jornal publicou um rascunho do artista com a interpretação de Nossa Senhora de Fátima para o interior</span></span></span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;"><span lang="pt-BR"><span style=""> da igrejinha</span></span></span></span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;"><span lang="pt-BR">. Desde então, os paroquianos revoltados manifestaram ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) o descontentamento com a obra. Sentiram-se ofendidos em sua fé por uma santa demasiado colorida, que tem como adorno de seu manto carretéis de linha. Entendem que as cores e a interpretação subjetiva de Galeno podem atrapalhar a paz do templo. Defendem seu direito à contemplação, à reflexão espiritual pautada numa fé convicta e obediente </span></span></span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;"><span lang="pt-BR"><span style="">à Santa Madre Igreja.</span></span></span></span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;"><span lang="pt-BR"> Como argumento, os oponentes usam em sua defesa um ponto em comum, as crianças. Os paroquianos defendem a imagem bem definida de barro baseados no milagre da aparição de Nossa Senhora de Fátima. Para os católicos, a comprovação do milagre ganha reforço na ignorância dos três pastorinhos que, apesar de analfabetos e do isolamento em que viviam, conseguiram descrever detalhes ornamentais como o manto e a coroa. </span></span></span></span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" lang="pt-BR"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;">Para o artista e seus simpatizantes nada melhor que o colorido das pipas e carretéis para expressar a intimidade de Nossa Senhora de Fátima com os pequenos. Na visão artística, o que importa é a liberdade e a verdade com que cada um interpreta e expressa sua fé. A santa de Galeno não tem rosto. Um dos pontos mais polêmicos junto com a semelhança com outra Nossa Senhora, a Aparecida. Se para os paroquianos a falta de feições significa ausência, para os artistas e as crianças que participaram da manifestação, a ausência é o espaço para comunhão. </span></span></span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;"><span lang="pt-BR">Durante duas horas, enquanto durou a festiva manifestação, alguns artistas expressavam sua </span></span></span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;"><span lang="pt-BR"><span style="">indignação </span></span></span></span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;"><span lang="pt-BR">com balões amarrados aos cabelos como se quisessem tirar os pés do chão, ficando mais próximos do céu. Nas rodas de conversa outro fato era relembrado a todo momento. Não é a primeira vez que há polêmica envolvendo a Igrejinha e a arte. No final dos anos 60, as obras que originalmente ornamentavam o templo eram de autoria do ítalo-brasileiro Alfredo Volpi. Considerada profanas pelos capuchinhos responsáveis pela Igrejinha na época, bandeiras de São João (características de Volpi), a santa e uma pomba foram cobertas por camadas de tinta branca.</span></span></span></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;"><span lang="pt-BR">Galeno_que além de Fátima traz outro santo no nome_participava da manifestação conversando e tirando fotos com os presentes. Por todo o processo da restauração, o artista modificou a obra umas tantas vezes para agradar aos paroquianos. Desistiu.</span></span></span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;"><span lang="pt-BR"><span style="font-style: normal;"><span style=""> Um dos paroquianos que arrumava as cadeiras para a missa admitiu, é mesmo difícil agradar a todos.</span></span></span></span></span></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" lang="pt-BR"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Corbel,sans-serif;"><span style="font-size:100%;">Por todo o tempo, o duelo aconteceu sob o olhar compassivo das duas representações da santa de Fátima. A santa de Galeno e a tradicional representação de barro ficam lado a lado no altar. Quem tem olhos guiados por carretéis conseguiu perceber no duelo duas vencedoras. As santas, cada qual representando um oponente, conseguiram unir como nunca fiéis que de tão opostos tornaram-se iguais. No duelo de sábado, saíram vencedoras a arte e a religião, o direito que cada um tem à sua fé. Porém foi só uma batalha, a guerra permanece com muita polêmica e ainda sem vencedores e envolve além de artistas e paroquianos, uma decisão que cabe, no momento, ao IPHAN.</span></span></span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" lang="pt-BR"><span style="font-size:78%;"><span style="font-family:verdana;"><br /></span></span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" lang="pt-BR"><span style="font-size:78%;"><span style="font-family:verdana;">Texto de Carolina Borges e foto de Rose May Carneiro que flagrou o artista Galeno dando os retoques finais ao polêmico painel da Igrejinha enquanto ouvia canto gregoriano.</span></span><br /></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm;" lang="pt-BR"><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:85%;" ><span style="font-family:Corbel,sans-serif;">(Esse texto foi produzido para o jornal laboratório do IESB. Prometi a Orieta que não postaria textos de fatos reais, mas quem aí tem coragem de dizer que a imaginação não é real?)<br /></span></span></p>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-17777722787712029582009-05-12T16:16:00.000-03:002009-05-12T16:17:04.038-03:00Sobre eu e você<p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Quando eu era criança e escrevia palavras na língua fluída e espontânea que só os pequenos têm, era ele o que dentre os céticos adultos, me compreendia. Enquanto os céticos diziam: olha essa menina estragando os livros! Ele entendia: ela tá é escrevendo as entrelinhas...</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Cresci numa família normal: quando as cores do lugar não mais surpreendiam, mudávamos. Quando saíamos, eu e meus tantos irmãos, à rabiscar paredes e escrever as entrelinhas dos livros, pai e mãe, como todos os outros _ todos são assim, né? _ pai e mãe festavam comemorando nossa rica interpretação do mundo.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Depois, na adolescência, quando nosso umbigo é o planeta ao redor do qual todos os outros gravitam, achei que estava tudo errado _ como assim meu pai não é um super herói?</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Briguei e me afastei.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Hoje, sem o peso de ser o centro do universo, tenho em você, pai, meu companheiro de brincadeiras. Compartilhamos alguns segredos entre risadinhas e feição endiabrada. O segredo? Comemos doces escondidos...</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Quando era criança e me perguntavam: menina, quem é seu namorado? Eu respondia toda orgulhosa: MEU PAI!</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Freud pára! Sossega! Deixa que eu explico:</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">É que nascemos entendendo o mundo como ele é: namorado bom é aquele que sabe desenhar melhor que os outros, que sorri quando todos estão sérios e que muda de cidade quando as cores não mais surpreendem.</p>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-48984567392373369682009-02-09T13:58:00.006-02:002009-02-10T00:09:52.917-02:00Minha Eliana<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SZBU4f--hkI/AAAAAAAABOQ/85JY3LNvwAw/s1600-h/ela+e+eu.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SZBU4f--hkI/AAAAAAAABOQ/85JY3LNvwAw/s320/ela+e+eu.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5300830091050124866" border="0" /></a><br /><br /><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;">Andava cansada dos dias todos iguais. Cansada da busca incessante do que afinal viemos fazer aqui? Cansada das minhas dúvidas, inclusive.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;"><br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;">Dobrei a esquina e vi um grupo de amigos. Meio hyppies, meio sonhadores, provocativos por demais. Ela usava mini-saia e fumava com uma casualidade de causar inveja. Cabelos curtos, lindas pernas sensuais. Olhava um e outro entre risadas e provocações. Sua inteligência era esperta. Do tipo que teve que aprender pra enfrentar a vida. Ahhh, a vida! Vi nela a vida que faltava em mim. A coragem de ir ao encontro de todas as dúvidas, as próprias e as alheias. Ora revelando tudo, ora tornando-se outra. Outra ela. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;"><br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;">Era a outra quem estava ali. Enganando a todos, enquanto acreditava em sua nova história de vida. Afinal, quem daquele grupo sabia de suas dores infantis? Da solidão precoce? Da família interrompida? Quem dali sabia do medo cultivado num jardim onde nasciam rosas de suas dores? Quem dali conhecia seu imenso e inexplicável medo do sofrimento que segue ao amor.<br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;"><br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;">Ela disfarçava com maestria. Atriz interpretando a personagem de sua vida, a personagem que era a outra Ela. Quem seria capaz de reconhecer a insegurança nas provocações inteligentes finalizadas com bolinhas que fazia com a fumaça do cigarro? </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;"><br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;">A mulher da mini-saia que fumava quando poucas tinham coragem, queria ter filhos logo. O quanto antes. Queria preencher a lacuna do amor familiar. Da casa cheia da paixão dos pais, de seus dengos acariciados pela mãe, das artes com a avó cigana. Ela queria continuar as brincadeiras interrompidas. Precisava com urgência preencher uma casa de alegria infantil e plena. Antes que tudo fosse em vão. Talvez assim reencontrasse ela mesma, a que sempre foi. Talvez assim juntasse o antes com o agora podendo continuar enfim, a viver a vida.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;"><br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;">Hoje ela aprendeu que o vaso quebrado nunca mais será o mesmo. Tentou de tudo. Todos os sentimentos que pudessem colar uma verdade na outra, eliminando assim a fresta por onde passa a dor. Hoje ela me olhou. Do apagado de sua outra me fitou, colorindo minha vida de sentido.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;"><br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;">As dúvidas enfim, cessaram.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;"><br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; font-family: georgia;">Estou indo em busca de outras verdades e dúvidas novinhas em folha. Agora o que sou é mais leve porque você me libertou, mãe querida.</p>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-65697033075536840372009-02-04T19:46:00.013-02:002009-02-07T14:01:54.923-02:00A menina da Rodô<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SYs0lO3MPpI/AAAAAAAABLI/8777LMrhW0g/s1600-h/a+menina+da+rod%C3%B4.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 234px; height: 320px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SYs0lO3MPpI/AAAAAAAABLI/8777LMrhW0g/s320/a+menina+da+rod%C3%B4.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5299387200780910226" border="0" /></a><div style="text-align: center; font-family: verdana;"> </div><div style="text-align: center; font-family: verdana;"> </div><div style="text-align: center; font-family: verdana;"> </div><div style="text-align: center; font-family: verdana;"> </div><div style="text-align: center; font-family: verdana;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">Aquela menina que pede dinheiro aos mineiros, nordestinos que passam pela rodoviária, ainda não sabe que cresceu. Ela anda desconfiada que o homem de farda e revólver na cintura quer dela uma sedução que não tem. E por isso, quer parar os mamilos teimosos que crescem à sua revelia. Alheios à vontade que a menina tem de brincar. De parar de crescer e passar as tardes desenhando com os amigos, todos menores que ela. Ela se esforça para esconder a própria meninice atráz de seus olhos bravos e seu camisão folgado. E estuda suas atitudes numa tentativa de forjar sua luta contra os perigos da rodoviária:</span></p><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"><br /></span></p><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">o homem da graxa no sapato</span></p><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">o homem que passa a pé</span></p><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">o homem de farda e revólver na cintura</span></p><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">a fome de comida e alegria</span></p><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">o grupo dos adultos que aguarda a volta das crianças de mãos cheias<br /></span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">o corpo que cresce e convida sabe-se lá quem para sabe-se lá o quê</span></p><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">a mulher da TV indignada e assustada com a menina bicho, que faz gestos obcenos para a câmera ameaçadora</span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;"><br /></span></p><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">Aquela menina hoje deixou-se escapar. Esqueceu os olhos bravos, esqueceu de esconder-se atráz do blusão. Ela encontrou um bloco e uma caneta. E como se fosse só menina, desenhou uma casa, um sol, um jardim.</span></p><div style="font-family: verdana; text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;font-family:verdana;"><span style="font-size:85%;">E tem mais, num abuso próprio dos libertários, a menina desenhou um balanço e nesse balanço era ela quem subia e descia com os pés esticados e um sorriso que escapou da folha e foi parar em seu rosto de menina quase moça, quase gente de verdade.</span></p><p class="western" face="verdana" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><br /></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left; font-family: verdana;"><span style="font-size:85%;"><span style=";font-family:arial;font-size:85%;" >(Para Letícia)</span><br /></span></p>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-31816698233252591672009-01-13T14:16:00.002-02:002009-01-13T17:19:09.246-02:00Amor e sexo por toda vida<p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Foi numa manhã de sábado que encontrei Vlado depois de oito anos de separação.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Ele estava na estante de literatura estrangeira, concentrado num livro grosso que folheava delicadamente. “Eu não conseguiria ler livros no computador. Não aqueles pelos quais me apaixono. Esses eu preciso sentir, tocar”. Sempre discutíamos se a internet facilitaria a democratização do acesso à literatura. Falavamos sobre a construção dos personagens, os estilos narrativos e os ardentes e impossíveis amores fictícios. Falavamos disso com empolgação e eramos pegos de surpresa um e outro, quando sentíamos escapar em meio as discussões literárias, o inconfessável desejo de estar juntos.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Protegida pela camada de livros que nos separava, observei alguns cabelos brancos emoldurando o rosto que tanto amei e pensei se ainda sentia o mesmo.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Não. Definitivamente, não. Amadureci. Não preciso mais de uma relação velada como essa. Hoje posso falar do que sinto sem medo. Afinal, pago minhas contas, tenho um trabalho que me dá prazer e namoro com quem bem entender.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Enquanto enumerava os motivos para não me derreter diante de Vlado, ele levantou o rosto e olhou direto nos meus olhos. Senti as pernas tremendo, as mãos suando e uma leve tontura. Talvez um circuito na área tegmentar central, numa região do mesencéfalo bem no meio da minha cabeça, fora ativado. Se sim, então era paixão eterna conforme acabara de ler na revista que ainda estava em minhas mãos. Tampei a capa ilustrada com um casal colorido cuja manchete prometia “amor e sexo por toda vida”, assim que Vlado parou diante dos meus olhos. Antes que eu pudesse escapar ouvi um familiar e delicioso “Jô! Como você está linda!”. Pronto! Os oito anos em que falamos de amenidades somente por e-mail viraram fumaça. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Durante a conversa no Café da livraria, lamentamos o conflito que matava crianças em Gaza e falamos sobre a vida, a crise financeira, as viagens dele e as minhas, e se, enfim, ele se convencera de que a internet democratizaria o acesso à literatura. Rimos da obstinada opinião dele e tomamos o último gole de café. Tudo como antes. Como se a a saudade dolorida que sentimos um do outro durante esses oito anos não tivesse nos proporcionado algumas solitárias noites de insônia.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Esqueci minha pretensa maturidade e o convidei, casualmente, para conhecer meu novo apartamento.Ele, casualmente, aceitou.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">No caminho para casa sentia um misto de alegria e desilusão. Sabia que desceríamos em silêncio, que ele tomaria a iniciativa de me beijar um beijo terno e apertado para em seguida atropelarmos os obstáculos até minha cama. Seria maravilhoso e quase perfeito, como sempre. E como sempre, faltaria somente dizer o quanto precisávamos um do outro.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm;">Mas assim que abri a porta e pousei a bolsa sobre o balcão me virando para receber o primeiro beijo, Vlado me surpreendeu comentando sobre as coloridas flores que faziam par no vaso, “Nossa, que lindas!”. Por um segundo pensei em tudo que queria dizer, da saudade que senti e de como procurei aquele beijo terno em outros homens sem encontrar. Mas fui vencida mais uma vez e impotente, respondi: “Não se iluda, Vlado. Essas rosas são de plástico.” e recebi meu milionésimo “primeiro beijo”.</p>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-68259900504883092342008-11-17T00:37:00.005-02:002008-11-19T10:32:34.104-02:00Anunciação<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SSDcQctBKnI/AAAAAAAAA4o/jyonNmwzl10/s1600-h/anjo.JPG"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 200px; height: 187px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SSDcQctBKnI/AAAAAAAAA4o/jyonNmwzl10/s200/anjo.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5269453739164510834" border="0" /></a><br /><div style="text-align: left;"><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />PRIMEIRO seguiu o alvo.iria encontrá-lo no cheiro que exalava e nas sonoridades conhecidas pela saudade de um desconhecido sentimento. </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">o ENCONTRO.segurou a respiração, mirou, flexionou os braços alinhando em direção ao alvo.e foi tanta a força daquele sentimento que tentou aprisionar o instante.</p><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">INÚTIL.o instante tinha urgência. esperava, desejava o próximo acontecimento.e na ânsia de viver o que sentia correu resoluto até o alvo. e finalmente, zás! atingiu. </p><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">o ALVO, pego de surpresa, deu um giro de 360º. uma zonzeira deliciosa! era a primeira vez.deliciou-se.assustou-se.encantou-se.e, por fim, aprisionou-se.queria morar ali.”ser” ali.mas o sentimento era inquieto, mutante, intenso.sempre intenso.</p><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">o SENTIMENTO ria sarcástico.mais um alvo.mais um prisioneiro.um dia ele iria conquistar o mundo!e então o mundo seria perfeito: passional, louco,instintivo.num dia seria azul.no outro verde, laranja, rosa.e seus seguidores manteriam-se fiéis.</p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SSDcv4Y9K9I/AAAAAAAAA4w/tJE3nBv6uCI/s1600-h/anjo1.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 200px; height: 187px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SSDcv4Y9K9I/AAAAAAAAA4w/tJE3nBv6uCI/s200/anjo1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5269454279172500434" border="0" /></a></p><div style="text-align: left;"> </div><div style="text-align: left;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">PARA SEMPRE. </p><div style="text-align: left;"><br /></div>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-31121336037489007232008-07-08T11:00:00.008-03:002008-07-08T11:50:48.678-03:00Cinema Mudo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN8cJUC_qI/AAAAAAAAADU/CsWCbc6m_Ps/s1600-h/cena+1.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 237px; height: 483px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN8cJUC_qI/AAAAAAAAADU/CsWCbc6m_Ps/s400/cena+1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5220653216030719650" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN8R1zvWxI/AAAAAAAAADM/B0h8ksNNpKM/s1600-h/text+1.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 218px; height: 307px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN8R1zvWxI/AAAAAAAAADM/B0h8ksNNpKM/s400/text+1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5220653038996249362" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN8K1vxz4I/AAAAAAAAADE/CGafPia5iAI/s1600-h/cena+2.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 212px; height: 212px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN8K1vxz4I/AAAAAAAAADE/CGafPia5iAI/s400/cena+2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5220652918720548738" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN8BQr-oAI/AAAAAAAAAC8/CJ6ljrezXMY/s1600-h/text+2.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 221px; height: 171px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN8BQr-oAI/AAAAAAAAAC8/CJ6ljrezXMY/s400/text+2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5220652754153676802" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN774vsJBI/AAAAAAAAAC0/bsjn8tK3uZQ/s1600-h/cena+23.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 220px; height: 220px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN774vsJBI/AAAAAAAAAC0/bsjn8tK3uZQ/s400/cena+23.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5220652661827445778" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN7LEehtrI/AAAAAAAAACc/LI0gWgnDZm4/s1600-h/text+3.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 211px; height: 215px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN7LEehtrI/AAAAAAAAACc/LI0gWgnDZm4/s400/text+3.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5220651823163094706" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN7ED_KRPI/AAAAAAAAACU/6A-ClxA1s9w/s1600-h/cena+3.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 208px; height: 497px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN7ED_KRPI/AAAAAAAAACU/6A-ClxA1s9w/s400/cena+3.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5220651702772450546" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN67ZGIAkI/AAAAAAAAACM/RaXUKUdSlpY/s1600-h/text+4.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 217px; height: 100px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SHN67ZGIAkI/AAAAAAAAACM/RaXUKUdSlpY/s400/text+4.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5220651553819984450" border="0" /></a><span style="font-family:courier new;"><br /></span>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-52969289196268810852008-07-02T11:34:00.003-03:002008-07-02T12:16:20.283-03:00Arteiros<p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">Eram cantos de encantos em forma de cor,</p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">brincadeiras, risos e palavras.</p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><br /></p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">Um dia resolveram juntar-se num único canto.</p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">E contaram estórias de “era uma vez”, </p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">e deram “gosto à palavra”,</p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">e cantaram a voz e o violão.</p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><br /></p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">Inocentes, viveram juntos a alegria da virginal primeira vez.</p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">À luz incerta das velas, porque a timidez os cercava.</p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">Encarando folhas de papel e a platéia interessada,</p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">tomaram coragem em goles e hoje, destemidos, retornaram.</p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><br /></p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">Artistas, arteiros, lúdicos e lunáticos,</p><div style="text-align: center;"> </div><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">ESTAMOS AQUI OU NÃO?</p><br /><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><br /></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-size:85%;">Em homenagem aos artistas, arteiros, lúdicos e lunáticos que participam do nosso delicioooooso sarau (pra dar inveja nos que teimam em não participar...)</span><br /></p>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-81457980341132996402008-07-02T11:23:00.005-03:002008-07-02T11:50:55.236-03:00Queria ser escritora<span style="font-size:100%;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Queria ser escritora. </span><br /><br /></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Escrever uma história compriiiiida dessas que não tem fim. E se tiver um fim, que seja final feliz. Como a história de Santiago, que correu o mundo porque queria saber como eram</span><span style="font-style: italic;font-family:trebuchet ms;" > las colores </span><span style="font-family:trebuchet ms;">do pôr-do-sol em todos os hemisférios. </span></span><br /><br /><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:trebuchet ms;">E de Rita de Cássia: d</span><span style="font-family:trebuchet ms;">ona de casa, mãe de três filhos, casada com o Frades (que de frade, padre ou santo não tem nada).</span></span><br /><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Rita (de Cássia) vai a igreja aos domingos e nas horas vagas, e escondida de todos, fuma, veste-se de preto e finge ser uma roqueira encrenqueira, que tem problemas com drogas e algumas passagens pela polícia. </span><span style="font-family:trebuchet ms;">Na igreja reza com um olho no marido e outro no padre: um francês libidinoso que transpira sedução e a faz tremer com seu </span><span style="font-style: italic;font-family:trebuchet ms;" >au nom du père, du fils et du Saint-Esprit</span><span style="font-family:trebuchet ms;">, </span></span><br /></div><div style="text-align: center;font-family:trebuchet ms;"><span style="font-size:100%;"><br /><br /></span><div style="text-align: right;"><span style="font-size:100%;">Amémmmmmm (foi bom pra você?)!</span><br /></div></div><span style="font-size:100%;"><br /><br /><br /><br /></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:trebuchet ms;">E a história do doce casal de velhinhos que um dia encontraram um tesouro em seu quintal, abriram uma multinacional e hoje exploram trabalhadores chineses tomando aos poucos o fluído vital de seus corpos. </span></span><br /><br /><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Triplicaram a fortuna do jardim criando um império, mas são famosos pelo instituto que salva tubarões fidalgo.</span></span><br /></div><span style="font-size:100%;"><br /><br /></span><div style="text-align: right;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:trebuchet ms;"> Eu queria ser escritora e não salvar o mundo de nada nem de ninguém.</span></span></div>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-90591488561043961522008-05-19T11:26:00.001-03:002008-07-24T22:00:53.331-03:00Sem título...(Era pra ser "Os Menores Contos do Blog", mas esse nome precisa mudar...)É, o nome "Os Menores Contos do Blog" deve ser modificado. As participações tornaram-se dinâmicas e o título acaba limitado...temos de tudo: poesias, cordel, pequenos e grandes textos. Por isso estou à procura de outro título (sou péssima nisso). Por enquanto a seção está órfã. Assim que um raio cair sobre minha cabeça e um lindo título aparecer piscando em néon e letras garrafais, eu modifico.<br /><br />Agora sim, o <em>post</em>:<br /><br /><div align="center">Participações mais que especiais fazem com que o blog continue vibrando. Dentre os colaboradores, uma leitora fiel, Leila Saads é uma talentosa poetisa. Faço agora algo que deviar ter feito há muito tempo. Leila também tem um blog. O dela, de poesia. </div><div align="center">Visitem: biprisma.blogspot.com<br /><br />Para relembrar, o poeminha da Leila na primeira edição dos "Menores Contos do Blog":<br /><br />Num dia triste<br />Cem contos<br />Eu conto<br /><br />Num dia feliz<br />Sem contos<br />Eu canto<br /><br />Leila Saads<br /><br /><br />Outra participação que eu aguardava é a da colega Dag. Ela escreve cordel, que eu amo de paixão. Finalmente tenho no blog sua talentosa intervenção:<br /><br /><br />O Distrito Federal por Dagmar Machado.<br /><br /><br />Distrito Federal Postal<br /><br /><br />Brasília arquitetura e beleza<br />Também é poder e pobreza.<br />Brasília guarda segredos,<br />Por trás de tanta nobreza.<br />Rodoviária é ponto de encontro<br />Ponto de ônibus, ponto de tráfico.<br />Concentração de pessoas<br />De todos os tipos de todas as raças<br />Pessoas de garra...<br />De rostos expostos,<br />De corpos cansados<br />Suados, surrados.<br />Exaustos, exaustos de só trabalhar...<br /><br />É bonita essa Brasília<br />Mas é só de se olhar<br />Pois aqui também tem fome<br />Tem tristeza no olhar...<br />Quando vejo esse menino<br />No meu vidro a mendigar...<br /><br />Olho em volta é só beleza<br />Tem o céu pra consolar<br />E em volta os ministérios<br />Suas áreas pra arrumar<br />E o Brasil ta precisando<br />De uma rede pra deitar...<br /><br />Sigo rindo e me admiro<br />Com a beleza do lugar<br />É pequena e bonitinha<br />É a querida Igrejinha!<br />Mas de repente o que é isso?<br />Uma família a descansar<br />Bem na porta da Igrejinha<br />A procura de um abrigo<br />Sem rodeio e ladainhas<br />Resolveram se encostar<br />Escolheram a Igrejinha<br />Que é bonita, e popular.<br /><br />E fico aqui me perguntando<br />Onde andam conversando<br />Os governantes do lugar?<br />Que o povo não tá bem<br />Nem tem casa pra morar<br />Os ricos ficando ricos<br />E os pobres a lutar<br />Por um pouco de justiça<br />Neste tão belo Lugar.<br /><br />Brasília tem belezas<br />Tem riquezas pra mostrar<br />Mas não mostra a verdade<br />A pobreza a devastar<br />Essa gente tão guerreira<br />Que ajudou a levantar<br />Essa tão linda cidade<br />Que é arte popular<br />Onde Oscar botou o dedo<br />E fez tudo se enfeitar<br />Para ser a Capital<br />O Distrito Federal<br />Fez-se um cartão postal. </div><br /><a href="http://biprisma.blogspot.com/"></a>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-77041306977545450852008-04-13T14:15:00.001-03:002008-05-07T11:17:01.023-03:00Os menores contos do blog - 7° Parte<div>Na 7° parte de "Os menores contos do blog" duas participações especialíssimas. </div><br /><div>Alan Nielsen retorna, em texto e imagem, numa sensível percepção dos sonhos. </div><br /><div>Bianka Sousa finalmente nos dá o ar de sua graça cheia de esperança no amor.</div><br /><div></div><br /><div>Obrigada Alan, pelo sonho.</div><br /><div>Obrigada Bianka, pela esperança.</div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div><br />SONHOS……………</div><br /><div></div><br /><div></div><br /><a href="http://4.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SAIzc6w0KaI/AAAAAAAAAAk/p_osUXHXEfo/s1600-h/01a"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5188766292587588002" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_YFIwhkqIleM/SAIzc6w0KaI/AAAAAAAAAAk/p_osUXHXEfo/s320/01a" border="0" /></a><br /><div></div><br /><div><br />Nos movimentos ,deslocamentos entre pensamentos,<br />Existem vãos e bolhas que flutuam ,<br />Leves .e. intactas , suportando e<br />carregando nossas ordens ,<br />premissas mentais, premissas básicas,<br />ora desgovernadas ora manipuladas,<br />sequelas de sorrisos e choros , recentes ou esquecidos ja,<br />criando terremotos ,abalos sísmicos internos,<br />onde sonhos carregam pensamentos,<br />sonhos sobrevivem a pensamentos,<br />sonhos transformam pensamentos ,<br />encontrando um equilíbrio proprio,<br />nos sítios,recônditos mais íntimos do nosso ser,<br />onde pensamentos se alimentam dos sonhos...</div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div>Porto Seguro<br /><br />Eu queria um porto seguro onde eu poderia chegar e deitar sossegada sentindo que ali estava em casa, que ali estava cuidada.<br />Eu queria um porto seguro que me entendesse sem me questionar tanto, que não me julgasse pelas minhas fraquezas.<br />Eu queria que esse porto me acolhesse tal qual mãe quando protege com um cobertor, do frio, o filho amado.<br />E lá eu me sentiria em paz<br />E nesse porto a lealdade e o respeito fariam festa por serem personagens protagonistas e não meros coadjuvantes ou vilões. Onde as mulheres podem ser muito mais do que são, onde os homens são vistos com mais valor. E ali caminham lado a lado sem nada impor. Sem medir diferenças ou procurar superioridades que não existem. Pois eles sabem ver grandeza e reconhecer o que é nato um no outro.<br />Eu queria um porto onde eu pudesse conversar abertamente sem medo de me expressar e alguém achar graça ou fazer pouco dos meus sonhos ou do que acredito.<br />Eu queria um porto onde eu pudesse chorar baixinho ou bem alto até dormir só pra lavar a alma.<br />E nesse porto a água é mais clara e mais forte e ao mesmo tempo tão em paz no seu vai e vem. O sol brilha de um jeito mais intenso e carinhosamente quase te abraça pela manhã.<br />E lá eu me sentiria alegre<br />Eu queria um porto, que me entendesse, me escutasse com atenção. Que não fosse cheio de verdades inquestionáveis. Ou que simplesmente respeitasse a minha opinião.<br />Esse porto não precisa ser grande, não precisa ser lugar, não precisa ter rumo nem rota. Podia ser alguém, podia ser um ou dois, podia ser você e eu.<br />E lá eu me sentiria mais feliz<br /><br />Bianka de Sousa Barbosa terça-feira 8 de abril de 2008 – 11h22</div>Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4594035343908281180.post-30176033657759127272008-04-02T09:09:00.000-03:002008-04-02T09:12:06.550-03:00Os menores contos do blog - 6º parteÉ uma honra receber esse texto no blog da Orieta!<br /><br />Os cinco sentidos do verde por Jessica Rippel:<br /><br /><br /><br />Verde, quero ver-te<br /><br /><br />O verde remete à vida. É possível senti-lo pisando na grama, no cheiro da chuva, na textura das folhas. Seu sabor pode ser de banana que ainda não amadureceu ou refrescante como pasta de dente. Pode-se encontrar a sua definição mais cítrica ao morder um gominho de limão. Azedo, mas que se teima em colocar na boca para explorar aquela sensação tão diferente, que provoca a salivação.<br />Os brilhantes mares do nordeste expressam o verde violento, estourando em grandes ondas que se findam brancas. Contraste absoluto com a oliva tonalidade que balança suavemente nas folhas de uma árvore amazônica. Fogos de artifício estouram em profusão em uma energia carregada da mais verde esperança em um reveillón.<br /> O som do verde provém de pequeninos grilos e sapos coaxantes numa fazenda no interior, que ficam à vontade naquele ar serenoso, molhado e gelado o suficiente para lhe fazer arrepiar. Seu cheiro é o de terra molhada, de folhas apodrecendo ou de polpa de kiwi, dependendo da tonalidade que se enxerga.<br />Shakespeare disse que o ciúme é um monstro de olhos verdes, mas a inveja o é de corpo inteiro. Dessa cor se veste também a sorte, com seus trevos de quatro folhas e seus passarinhos em um dia encantado.<br />A cor é símbolo do nosso país e é a que tem maior destaque na nossa bandeira. Nossas florestas tropicais são o maior exemplo da diversidade de vida, sensações e impressões que pode se oferecer.<br />O verde vibra na saúde das saladas, no poder curativo das ervas, na leveza de uma brisa, na magia de seres místicos, mas também na umidade dos musgos, na podridão das biles, no mofo dos fungos, na corrupção do dinheiro e nas ânsias de vômitos.<br />O verde é o siga, a passagem livre para os carros e para uma vida ecologicamente correta.Sonhos de Orietahttp://www.blogger.com/profile/05328146040909721069noreply@blogger.com2