Peço licença marinheiro, marinheira pra encostar meu barco próximo ao teu e, nesse mar que é a internet, trocar um dedo de prosa. Sim, prosa. Mais precisamente, conto.
Esta é minha nau: Sonhos de Orieta. Lancei um desafio do qual preciso de sua ajuda. Resolvi me arriscar nesse mar, mas quero companhia. Junto comigo vão três inícios de contos já escritos, que ofereço a você para que escolha qual dentre eles deixou uma pontinha de curiosidade. A primeira parte da viagem dura uma semana e, à meia noite do próximo sábado aportaremos para definir qual dos três rumos tomaremos. E assim, seguiremos mar adentro.
Para participar é só deixar um comentário com o titulo escolhido. Será um prazer viajar em sua companhia!
Afinal, navegar é preciso!
Avise outros marinheiros e marinheiras, quanto mais participantes, mais emocionante será a viagem!
Escolha qual dos três contos você quer continuar lendo. O mais votado será publicado integralmente no próximo domingo, dia 30/01.
UM
O adultério de Geraldo
DOIS
Esta é minha nau: Sonhos de Orieta. Lancei um desafio do qual preciso de sua ajuda. Resolvi me arriscar nesse mar, mas quero companhia. Junto comigo vão três inícios de contos já escritos, que ofereço a você para que escolha qual dentre eles deixou uma pontinha de curiosidade. A primeira parte da viagem dura uma semana e, à meia noite do próximo sábado aportaremos para definir qual dos três rumos tomaremos. E assim, seguiremos mar adentro.
Para participar é só deixar um comentário com o titulo escolhido. Será um prazer viajar em sua companhia!
Afinal, navegar é preciso!
Avise outros marinheiros e marinheiras, quanto mais participantes, mais emocionante será a viagem!
Escolha qual dos três contos você quer continuar lendo. O mais votado será publicado integralmente no próximo domingo, dia 30/01.
UM
O adultério de Geraldo
No início Geraldo e Gildete tratavam-se como Gê e Gil. Gê queria filhos logo, Gil queria esperar, tinha receio que o corpo mudasse e o marido não a olhasse mais com tanto desejo. Gê ficou envaidecido, tudo bem, que esperassem mais um pouco. Quando Gê chegava em casa sempre encontrava uma esposa apaixonada, disposta e feliz. Gil esperava o marido com jantares deliciosos: carnes assadas, bolinhos de bacalhau, batatas souté, bananas flambadas. Os anos foram passando. A preocupação de Gil em manter o marido apaixonado por ela, aumentando. Primeiro Gil achou que estava engordando e parou de fazer os bolinhos. Decidiu que somente assados seriam permitidos no jantar. Gê achou lindo o cuidado da esposa. Tudo bem, comeriam os deliciosos bolinhos da Gil em outras ocasiões. Filhos? Gil agora queria perder peso pra ficar tranqüila durante a gravidez.
Os anos continuaram passando, gradativamente os pratos no jantar diminuindo. Até que um dia Geraldo chega em casa e...
DOIS
Meu avô
O que me lembro do dia em que meu avô se foi é uma mistura de sonho e alucinação. Contam que eu tive tanta febre que nem deu tempo de ninguém chorar, preocupados que estavam em me acudir.
Lembro que o sol já ia alto quando eu acordei. Os olhos remelentos demoraram a desgrudar. Tentei dar uma enrolada no tempo fingindo que não estava sentindo a quentura na pele, a claridade doída e seca, mas aquele chacoalho da carroça não tinha fim. Um chacoalho de festa e fanfarra. De mágico na praça e maçã do amor. Chacoalho estranho, eu ia pensando no meio do esfrega das mãos no rosto. Estranho um chacoalho musicado assim. Eu ia pensando e lembrando da noite anterior. A música do chacoalho misturava-se com o som da correria pra catar os trecos de cozinha e colocar tudo na carroça de uma vez. Eram os pratos batendo nos copos que batia no jarro que batia tudo junto no caixote. Ti-lin, ti-lin, ti-lin. Eu ia lembrando dos barulhos. Preguiçosamente, juntando uma coisa com a outra e com a outra e com a música do chacoalho da carroça, mais o som dos trem e da correria. A correria da noite anterior. Foi tudo de uma vez. A mãe, a Juaninha, o Deuseni, o pai, o Pingo latindo pra roça que ia ficando pra trás.
O que me lembro do dia em que meu avô se foi é uma mistura de sonho e alucinação. Contam que eu tive tanta febre que nem deu tempo de ninguém chorar, preocupados que estavam em me acudir.
Lembro que o sol já ia alto quando eu acordei. Os olhos remelentos demoraram a desgrudar. Tentei dar uma enrolada no tempo fingindo que não estava sentindo a quentura na pele, a claridade doída e seca, mas aquele chacoalho da carroça não tinha fim. Um chacoalho de festa e fanfarra. De mágico na praça e maçã do amor. Chacoalho estranho, eu ia pensando no meio do esfrega das mãos no rosto. Estranho um chacoalho musicado assim. Eu ia pensando e lembrando da noite anterior. A música do chacoalho misturava-se com o som da correria pra catar os trecos de cozinha e colocar tudo na carroça de uma vez. Eram os pratos batendo nos copos que batia no jarro que batia tudo junto no caixote. Ti-lin, ti-lin, ti-lin. Eu ia lembrando dos barulhos. Preguiçosamente, juntando uma coisa com a outra e com a outra e com a música do chacoalho da carroça, mais o som dos trem e da correria. A correria da noite anterior. Foi tudo de uma vez. A mãe, a Juaninha, o Deuseni, o pai, o Pingo latindo pra roça que ia ficando pra trás.
TRÊS
O Diário de Alberico
DESPEDIDA
A despedida foi triste. Só um pouco. Vou sentir saudades da mãe, do pai, da criação, das plantas. A mãe ficou preocupada. “E trabalho, fio? E comer? Dormir? Tudo bem, a gente cria os fio pro mundo mesmo...escreve pra mãe?” Escrevo mãe, sempre.
VIAGEM
Nunca viajei tanto. O ônibus ainda balança muito. O vizinho de banco me disse que depois melhora. “Chegando em São Paulo a estrada vai ficando lisinha. Só asfalto. Uma beleza!”
BURACO
Acabaram os buracos da estrada. Começou um buraco no estômago. Já dormi e acordei duas noites. E essa São Paulo que não chega nunca. Quase perguntei pro vizinho se essa cidade existia mesmo. Vergonha. Não podia mostrar medo logo agora.
DESPEDIDA
A despedida foi triste. Só um pouco. Vou sentir saudades da mãe, do pai, da criação, das plantas. A mãe ficou preocupada. “E trabalho, fio? E comer? Dormir? Tudo bem, a gente cria os fio pro mundo mesmo...escreve pra mãe?” Escrevo mãe, sempre.
VIAGEM
Nunca viajei tanto. O ônibus ainda balança muito. O vizinho de banco me disse que depois melhora. “Chegando em São Paulo a estrada vai ficando lisinha. Só asfalto. Uma beleza!”
BURACO
Acabaram os buracos da estrada. Começou um buraco no estômago. Já dormi e acordei duas noites. E essa São Paulo que não chega nunca. Quase perguntei pro vizinho se essa cidade existia mesmo. Vergonha. Não podia mostrar medo logo agora.
16 comentários:
O diário de Alberico
O Diário de Alberico
oi, Carol, parabéns pelos textos.
Mesmo sem conhecê-los na íntegra, já mostraram competência.
Particularmente, o número 1 - O Adultério de Geraldo - despertou minha curiosidade.
valeu!
Um!!
Voto no número um...
Ai, ai, ai, Carol.
Eu quis ler os três, mas acho que fico com o Diário!
Beijo, querida!
Nana
Ummmmmm!!!
Bêjo Kéroláine, tíâmú!
Voto no diário de Alberico tb.
ummmmmmmmmm \o/
Voto no UM!
O adultério de Geraldo
com toda certeza.....
o diário de alberico
o diário de alberico
Paulo Rogério - voto em "O diário de Alberico"
Hummmmm... Não gostei dessa história... fiquei curiosa com os três! rsrs. Mas já que só dá pra votar em um, fico com "O Adultério de Geraldo"... Bjos, Tati.
Queridos tripulantes, desculpe o atraso para colocar nossa nau em alto mar. É que ontem houve uma tempestade de granizo...
Muito, muito, muito obrigada pela valiosa participação de todos!
Foram 6 votos para "O diário de Alberico" (tirei um dos votos do Jean, ok?) e 8 votos para "O adultério de Geraldo". Portanto vamos continuar o conto número um e saber afinal, que adultério é esse...
BOA VIAGEM!
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